31 de março de 2012

Carta do (e)leitor (31/03/2012)


Da seção CARTA DO LEITOR, "O Vale", 31/03/2012

Obras públicas

   Sobre a reportagem publicada pelo jornal O VALE em relação ao pacote de obras entre a Via Dutra e a Rodovia Carvalho Pinto em São José e a passarela que não foi feita, a (não)explicação utilizada foi a de sempre: "não houve exclusão da obra, mas ela foi adiada."
   Só faltou dizer quando é que a obra será realizada.
   Será que vai ser que nem a (re)abertura do Cine Teatro Benedito Alves, que ocorreria ainda na gestão do Emanuel Fernandes em 2003 e vem atrasando, digamos, um pouquinho?

Paulo Barja

30 de março de 2012

Poemeto pro Millôr (1)


LADO A LADO

O Mal humorado diz:
"Quem acha que eu tô feliz
  vá cuidar do seu nariz!"
 
Responde o Bem humorado:
"Quem acha que eu tô zangado
  olhe bem pro cara ao lado...!" (rs)

P.R.Barja

28 de março de 2012

O melhor frasista do Brasil...


... foi Millôr Fernandes. Nélson Rodrigues também era bom, mas Millôr é imbatível. Em homenagem a este artista "sem papas na língua", segue uma pequena amostra de sua sagacidade (reprodução de quadro publicado no iG):


Algo além do tempo - Joka Faria

Compartilho o texto que o poeta Joka Faria escreveu após o sarau do sábado, 24/03/2012:


E lembro: o que fará nossa força, senão a união?
Abraço ao Joka e a todos,
P.Barja

25 de março de 2012

Pra Que Chorar (Schumann/Heine/Nestrovski) - gravação: Paulo Barja

A canção original de Schumann é belíssima, e a versão do Nestrovski para o poema de H.Heine é muito boa, assim como a ideia básica do arranjo "casando" Schumann com Pixinguinha (o Nestrovski SABE das coisas).
De todo modo, como ainda acho que é fundamentalmente uma canção para piano-e-voz, arrisquei uma gravação caseira nesse formato... espero que não ofenda os ouvidos de ninguém:


24 de março de 2012

Dizem que Dizem (Aznar/Barja) - gravação

Primeira gravação, caseira, de "Dizem que Dizem"
(versão que fiz em português para a canção "Dicen que Dicen", de Pedro Aznar)

 

(veja neste blog e no YouTube a letra em português)

23 de março de 2012

A Universidade do Vale do Paraíba


É inegável que a UNIVAP vive hoje um momento ímpar de sua história, com o processo eleitoral atualmente em curso. Mais ainda: o momento configura-se como histórico para todo o Vale do Paraíba, pelo papel que a UNIVAP representa e, principalmente, poderá vir a representar, ao ser compreendida e reconhecida pela sociedade, em sua integridade, como “Universidade do Vale do Paraíba”.
Prova da relevância do processo eleitoral na universidade é o interesse manifestado a respeito do tema por muitos, dentro e fora da UNIVAP. Neste ponto, antes mesmo de se conhecer o novo reitor, uma coisa já pode ser dita: a Universidade do Vale do Paraíba é claramente maior que qualquer professor ou ex-professor, aluno ou ex-aluno, reitor ou ex-reitor - e é bom que assim seja.
A UNIVAP não é, nem pode ser, de um grupo. A UNIVAP deve ser da comunidade. Assim, a questão fundamental que deve ser respondida – não apenas pelos candidatos, mas por todos nós – é a seguinte: que universidade queremos? É extremamente importante que se maximize a participação e o envolvimento da população nesta discussão sobre o futuro da Universidade do Vale do Paraíba. Creio que a melhor forma de garantir a ampla participação popular, neste momento, seria um debate público – não uma entrevista ou mera apresentação de currículos, e sim debate mesmo. O jornal “O Vale” poderia promover este debate que, publicado integralmente, certamente ampliaria o alcance da discussão.
Que universidade queremos? Como docente e pesquisador na Universidade do Vale do Paraíba há mais de 10 anos, defendo, como a maioria de meus pares, uma universidade de excelência, com foco total no tripé ensino-pesquisa-extensão. Neste contexto, não se deve em hipótese alguma limitar a discussão a aspectos financeiros, visando simplesmente “aumentar o número de alunos”. E parece consensual a ideia de que não cabe à UNIVAP adotar o modelo de universidades particulares (com todo respeito aos colegas que nelas trabalham) em que a questão “baixo custo” é o diferencial. Isto o Vale do Paraíba já tem. Não podemos abdicar da qualidade e, nesse sentido, fontes alternativas de recursos podem, sim, ser buscadas – garantindo-se que estes recursos sejam investidos integralmente no contínuo aprimoramento do tripé básico da universidade.
Confirmar a vocação da UNIVAP para a excelência acadêmica é, a meu ver, a melhor forma de adquirir sustentabilidade, inclusive através da contínua busca de apoio junto às agências de fomento à pesquisa. O incentivo à participação dos docentes em congressos é outra iniciativa importante. Tudo isso aumenta significativamente o potencial de obtenção de bolsas para alunos na graduação e na pós-graduação. Por sinal, o atual presidente da FVE (mantenedora da universidade) já tem sinalizado um apoio importante à pesquisa, ao conceder bolsas de estudo para alunos da pós-graduação.
Embora dinheiro e/ou financiamento não devam ser o principal foco da discussão sobre o futuro da Universidade do Vale do Paraíba (restringir-se a este aspecto é ter uma visão bastante limitada do próprio conceito de universidade), há um ponto importante que foi bem destacado recentemente por dois dos três candidatos à reitoria: a correção de distorções salariais. Um novo plano de carreira é essencial e sua elaboração deverá ser fruto de um debate democrático que inclua toda a comunidade.
Por fim, como cidadão joseense, espero que o novo momento da UNIVAP também propicie maior interação entre a universidade e a cidade nos mais diversos aspectos – da saúde à cultura, da educação à tecnologia. Assim, a UNIVAP pode ser a universidade comunitária de nossa região – acessível, porém sem abdicar da excelência. É a qualidade, aliada a uma visão de formação para a sociedade, que trará cada vez mais bolsas de ensino para formação integral de nossos alunos – cumprindo, assim, a missão institucional de contribuir para o desenvolvimento do Vale do Paraíba. Creio que deve ser este o compromisso da próxima gestão na reitoria.


Nota: o presente artigo, escrito em 21/03/2012, foi submetido ao jornal "O Vale", que publicou em 25/03/2012 uma versão editada do mesmo, e com título alterado, sem fazer consulta prévia ao autor. Esta é uma razão adicional para que o texto seja mantido aqui na íntegra.

20 de março de 2012

Cordéis Joseenses pelo correio


   Ao pessoal que curte os Cordéis Joseenses (ou tem vontade de conhecer os folhetos, mas mora longe de SJCampos), informo que todos os títulos já estão disponíveis para venda através do site Estante Virtual. É só clicar:


Envio por correio para todo o Brasil, pagamento via cartão de crédito*
 
* É provável que dê até pra dizer "Nunca antes na História do Brasil se vendeu folheto de cordel por cartão de crédito", rs!

19 de março de 2012

Dizem que Dizem (Pedro Aznar, versão P.Barja)

(Segue abaixo a versão em português para a canção "Dicen que Dicen", de Pedro Aznar - feita direto aqui neste espaço, enquanto ouço repetidamente a canção e fico chocado com sua precisão para os dias atuais, nesta cidade onde ser pobre é crime. Mais pra frente, vou tentar registrar em formato piano-e-voz)


Dizem que dizem que andam dizendo
Tantas palavras só por falar
Como um eclipse para a verdade
Ocultar

"Livre" é ser dono do seu futuro
Para sonhar e realizar
Não é viver solto pelo mundo
Sem lugar

Chama-se "Império" no mundo antigo
Hoje se diz "Globalização"
E é para os países pequenos
Tubarão

Dizem que dizem que dizem que dizem
Dizem que dizem mal

Quando sonhamos um mundo unido
Nunca pensamos nesta prisão
São dez mil olhos guardando o ninho
De um falcão

Fogo é fogo, e sempre queima
Guerra não é paz, nem inferno, céu
Como teremos real justiça
Sob um véu?

 Dizem que dizem que dizem que dizem
Dizem que dizem mal

Hoje as palavras confundem tudo
Mostram 50 e escondem 100
Tanto poder na mão de tão poucos
Não vai bem

Tempo é dinheiro e dinheiro é tudo
Tudo tem preço e não tem valor
Homem há tempos se fez do barro
Por amor

Dizem que dizem que andam dizendo
Tantas palavras só por falar
Como um eclipse para a verdade
Ocultar

15 de março de 2012

Um "Dia da Poesia" libertário

   O convite chegou na véspera, pelo Facebook. Vinha de uma moçada ótima, atuante, que acompanho desde as manifestações contra o aumento salarial dos vereadores joseenses. Eu ia trabalhar de manhã e à noite, então haveria uma janela à tarde... Como dizer não a uma proposta tão deliciosamente libertária?
   Pouco antes das 15h, a gente se encontrou na área dos brinquedos da Praça Afonso Pena, no centro de São José dos Campos. De lá, todos pro calçadão...
   ... onde a moçada já chegou anunciando intenções: Poesia libertária para todos!


Com cartazes, vozes e violões, fomos conquistando adesões no calçadão...


   Poesia, canção e festa em plena chuva, numa ação altamente libertária...


   Roda lírica de celebração, com todos encharcados e felizes: poesia líquida no meio da tarde.
   Observando e sendo observados, porque o contato é o que importa.
   Arte e afeto, água e Brisa, chuva pra todo mundo - e corações ensolarados.

"Somos como água da chuva: cada gota é importante"

Que venham outras vivências libertárias, para que a Poesia nunca seja esquecida por aqui. Obrigado pelo compartilhamento e parabéns, moçada!
P.R.Barja

11 de março de 2012

Carta do (e)leitor (11/03/2012)

(sobre o Cine-Teatro Benedito Alves e o fomento à cultura em SJC)

Da seção CARTA DO LEITOR, "O Vale", 11/03/2012

A intenção da Prefeitura de São José na reabertura do Cine Teatro Benedito Alves tem que ir muito além de apenas atrair público noturno para o centro. Isso é algo que se faz, por exemplo, na Praça Afonso Pena. A prefeitura precisa fomentar a circulação da arte e da cultura em São José, inclusive através de iniciativas como a criação de um Fundo Municipal de Cultura.

Paulo Barja

9 de março de 2012

Obras de escritoras do Vale do Paraíba ganham releitura



Para que o futebol passe a ser visto como o que de fato é

(Uma crônica sobre futebol e arte, para os amigos e artistas Aguinaldo Pereira, Carlos Rosa, Julinho Bittencourt, Marcos Canduta, Marcio Douglas Mané, Réginaldo Poeta e outros que também já entenderam tudo)

   Após as duas pinturas executadas por Neymar no recente espetáculo contra o Inter (RS), no dia de seu aniversário de 3 anos como profissional, não consigo mais guardar só pra mim uma percepção que vem se formando nos últimos 3 anos.
   Aqui vai o provável óbvio ululante, inexplicavelmente silenciado por trás desse papo secular de chamar o futebol de "nobre esporte bretão", quando a verdade é muito mais simples: FUTEBOL é ARTE.

Foto: EFE

    Como, de outra forma, justificar o deleite do artista que repentinamente se percebe arrepiado ao presenciar um drible desconcertante? E o estado de euforia e prazer a que somos coletivamente conduzidos ao apreciar um determinado lance? Um estado que é, no fundo, igual àquela sensação que faz o público de um teatro levantar-se ao final de uma ária de ópera (ou pas de deux, ou peça dramática, ou solo de sax) e aplaudir apaixonadamente "os jogadores" (the players, les jouers) pelo desempenho?
   Sim, não há outra explicação: FUTEBOL é ARTE.
   E, como arte, tem lá suas diferenças significativas com esportes convencionais.
   Uma delas: como explicar a irreprodutibilidade de um lance futebolístico?
   Partidas inteiras de xadrez podem se repetir. Alguns jogos de vôlei parecem já ter sido assistidos antes - mas o futebol... o futebol é uma caixinha de surpresas. Como a Arte.
   O panteão dos ídolos praticamente não sofre alterações, quando se passa a pensar o futebol como Arte. Apenas para ficar na América Latina, continuam lá no topo os maiores artistas: Pelé, Maradona, Ronaldo, Messi, Neymar...
   Ok, alguém pode perguntar: mas e os "apenas bons", como ficam? Haverá espaço na Arte para Edu Dracena, Ibson, Juan?
   E eu respondo: a música também tem seus "apenas bons", ou vocês acham por acaso que todo músico é o Arismar do Espírito Santo, ou que todo guitarrista é o Toninho Horta? Não dá, né? Mas o
que seria de uma grande banda, com grandes solistas, sem uma boa "cozinha"?
   Apesar de tudo, os Beatles sempre foram (muito) mais que Lennon & McCartney. Havia o brilho discreto de George (Arouca? ou Ganso, mesmo?) e Ringo sempre foi a segurança necessária para os voos - um zagueiro que impunha respeito e, na hora do escanteio, ainda aparecia de vez em quando lá pra área pra cabecear.
   Sobre a plasticidade dos lances, capaz de demonstrar a tese do futebol como forma de arte, nem há muito o que comentar. Melhor fazer uma experiência: assistam uma filmagem de um grande elenco de dança. Um dvd do Ballet Bolshoi, por exemplo. Mas assistam em câmera lenta. Ok? Agora, façam o mesmo com qualquer jogo de um grande time de futebol. Entenderam onde quero chegar?
   Bom, a essa altura chegamos num ponto importante: a questão da violência dentro de campo (fora de campo também ocorre, seja no futebol ou em shows de música pop).
   Pois bem: por que é que vemos violência no campo de futebol? Pois é: porque muita gente insiste em pensar futebol como esporte, um território onde a competitividade muitas vezes fala mais alto que a beleza (nesse sentido, por sinal, um festival de música assemelha-se bastante a uma competição esportiva, com torcida organizada e tudo).
   Acontece que FUTEBOL é ARTE. E, se percebemos isso, a questão da violência fica naturalmente resolvida. Sem uso de cartão!
   Sim: se FUTEBOL é ARTE, a violência deixa de existir em campo, pois perde o sentido. Ou alguém imagina um guitarrista de um grupo sendo escalado só pra entrar com tudo na canela do Brian May ou do Eric Clapton, por exemplo? Nem pensar. O que vai predominar é a sensação de gratidão e felicidade por poder fazer uma "jam com o mestre". Do mesmo jeito que o pessoal do Inter deve ter sentido, ao cumprimentar o Neymar no fim do jogo. 


Foto: GazetaPress

   Ah, mas e aquela história de "ter que fazer gol"? Como é que fica? Meu palpite: o futebol, visto e praticado como arte, passará a ter muito mais gols (temos times espalhados pelo mundo que comprovam isso semanalmente). E todos finalmente entenderemos que o velho técnico tinha razão: o gol é (sim!) mero detalhe - consequência natural da ARTE.

P.R.Barja

P.S.: Os autógrafos, claro, continuarão a ser dados apenas após o término do espetáculo, para não prejudicar a fluência do show.

8 de março de 2012

"ELAS POR ELES" (09/03/2012)

PLACA

Neymar comemorou hoje 3 anos (e 90 gols) como profissional no seu melhor estilo: marcando 3 gols contra o Inter (RS), dois deles DE PLACA, atravessando mais de meio campo e driblando vários jogadores antes de encobrir o goleiro... parabéns, menino! A nação santista agradece a OUSADIA e a ALEGRIA!



4 de março de 2012

Carta do Leitor (04/03/2012)

(sobre as consequências da desocupação do Pinheirinho)

Da seção CARTA DO LEITOR, "O Vale", 04/03/2012
Pronto: a Prefeitura de São José dos Campos conseguiu criar uma cracolândia local e também um foco de dengue, como vimos no jornal O VALE. Será que era esse o planejamento?
Do outro lado, Naji Nahas não pagou sua dívida, não limpou o terreno e não foi multado. Será que a prefeitura tem tanto dinheiro assim que pode perdoar multas a milionários? Nahas deveria ser convidado a ajudar na resolução da crescente fila da habitação em nossa cidade.

Paulo Barja

3 de março de 2012