A propósito da recente perseguição política movida por um juiz de primeira instância contra um presidente, lembrei de um poema de Brecht cuja parte final segue abaixo em adaptação minha:
PERSEGUIDO POR BOAS RAZÕES
(B. Brecht, adp. P. Barja)
(...) Estou entre o povo,
e explico como o enganam,
e predigo o que está para vir,
pois sei de seus planos.
Desmonto a balança da sua justiça
e mostro os pesos falsos.
Os espiões informam
de que estou com os humildes e oprimidos
preparando a (re)volta.
Advertiram-me, tiraram-me
o que ganhei com meu trabalho honesto.
Como não me "corrigi",
perseguiram-me,
e como acharam em minha casa
escritos revelando
seus planos contra o povo,
condenaram-me à detenção
acusando-me de ter ideias subversivas, ou seja,
de pensar como os de baixo.
Onde quer que eu vá, estou marcado a fogo para os ricos,
mas os que nada possuem
lêem a ordem de prisão
e me dão refúgio.
Dizem:
- A você, eles perseguem por boas razões.
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