No futebol também é assim: em alguns jogos, a estratégia adotada por uma das duas equipes (ou mesmo o estilo desenvolvido por ambas) praticamente conduz o jogo a um determinado resultado final. Ainda que o placar varie, valem máximas como "quem joga para empatar acaba perdendo" e outras, vivas na sabedoria popular.
No que se refere ao julgamento do ex-presidente Lula pelo juiz de primeira instância em Curitiba, as duas partes sabiam desde o início que a condenação (por um triplex no Guarujá que nunca foi de Lula) já estava escrita, determinada, ainda que nunca se tenha obtido prova alguma de crime algum. É grave, gravíssimo - mas não chega a surpreender. No entanto, confesso que me equivoquei quanto a cronologia do jogo: imaginei que a "condenação sem provas" sairia pouco antes da votação das alterações da CLT, para tirar a atenção deste que seria o real e imediato problema para a maior parte da população brasileira. Na verdade, ocorreu o contrário: como o (des)governo demonstrou ter maioria para aprovar as reformas, a preocupação (imagino) passou a ser como evitar uma eventual reação intempestiva nas ruas contra a perda de direitos do trabalhador.
Uma coisa, porém, é certa: independentemente da posição ideológica (contra ou a favor das reformas, contra ou a favor de Lula), está claro para todos que a aprovação destas reformas e o nome de Lula (como líder nas pesquisas para a sucessão presidencial) são dois lados da mesma moeda. Por uma razão bastante simples: Lula é visto por uns e outros como o grande (e talvez único) candidato capaz de reverter as reformas, voltando a salvaguardar o trabalhador. Isto, aliás, não seria bondade alguma: o respeito à própria biografia de Lula assim o exige.
Segue o jogo...
* * *
Também serei preso, sim:
o triplex nunca foi meu;
o helicóptero do pó
também nunca me valeu
e maleta de dinheiro
nunca recebi... Fodeu!
* * *
A sentença de Moro contra Lula tem 218 páginas.
É autoexplicativo.
P.R.Barja
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