Prezados,
como educador, eis alguns pontos que considero importantes:
1) Na maioria dos problemas propostos em Matemática ou Estatística, ao contrário do que alguns pensam, o mais importante não é simplesmente “fazer contas”. Precisamos avaliar criticamente o resultado das contas. Que significa isso? Temos que prestar atenção para ver se o resultado é minimamente consistente com o bom senso.
Observem este exemplo: “20 alunos responderam uma prova, obtendo as seguintes notas: ............ – A partir destes resultados, calcule a média da turma”. Neste caso, observando-se que as notas variaram de 0 a 10, não é possível aceitar como resultado uma resposta do tipo “65”. NÃO adianta o aluno dizer que esqueceu a vírgula; na verdade, faltou analisar o resultado.
Outro exemplo: é dada uma lista dos números de calçados e, perguntado o valor médio, alguém responde “3,7”. Isso não é número de calçado, gente!
(Não no Brasil, pelo menos).
2) É essencial saber redigir a resposta. NÃO adianta dizer: “ah, prof, a conta está aí, tá óbvio que é o resultado, a gente não tá aqui pra ficar escrevendo” – muito pelo contrário: em algum momento da vida, todos nós teremos que apresentar algum resultado – seja em relatório, seja em palestra, seminário ou mesmo bate papo. E, claro, espera-se que as frases sejam bem redigidas, sem erro de concordância por exemplo.
3) Finalmente: é importante estar pronto a justificar e analisar uma resposta numérica. Não basta dizer “olha, a conta deu esse valor aí”. Se o salário médio nos classificados de um jornal vale “R$1000” e o aluguel médio nos classificados do mesmo jornal vale “R$800”, temos que discutir o grave risco de que pessoas deixem de comer para pagar aluguel.
E, a partir desta constatação, talvez devamos fazer algo a respeito, não?
Só para encerrar: viva Boal, viva Freire! Saudações,
Paulo Barja