19 de março de 2014

plagiometapoesia

Um poema da adolescência - tempo de muitos mergulhos poéticos. As motivações eram várias e iam desde a praia até as aulas da Laura - outra mestra, ao lado do Roldão. A eles, e também a minha mãe (como tudo, como sempre) dedico esse "achado de baú", uma releitura de antigos (e eternos) versos de Pessoa:


15 de março de 2014

Para debater livros, cultura e memória - III

Última parte da coletânea de trechos curtos do livro Não contem com o fim do livro (RJ: Record, 2010), de U.Eco, J.C.Carrière e J.P.Tonnac, para fomentar o debate sobre cultura, livros, tecnologia e memória, dentro e fora da sala de aula.


"O Mahabharata é a primeira obra escrita. A história moderna do livro também começa com uma bíblia."
(J.C.Carrière)




"Atravessamos uma época complexa, incerta, em que o primeiro dever de todos, sem dúvida, na medida do possível, é estimular as trocas entre os saberes, as experiências, os pontos de vista, as esperanças, os projetos."
(J.C.Carrière)

12 de março de 2014

Folhetim & Pulp Fiction




Pulp fiction: ficção de "polpa", ou seja, de papel barato. Literatura publicada em papel jornal, para ser lida, curtida e esquecida no dia seguinte (quando ainda serviria para embrulhar peixe). Cultuada no início do século XX nos Estados Unidos, proliferou para outros países e deu origem a toda uma linha de quadrinhos e de literatura policial noir.

Hoje podemos dizer tranquilamente que a pulp fiction acabou indo bem além do que esperavam seus criadores. Além de tema de estudo, a pulp fiction vem sendo homenageada por gente de diversas áreas, como Quentin Tarantino (no cinema, com os filmes Pulp Fiction e Kill Bill) e Alan Moore (nos quadrinhos, com a Liga Extraordinária), entre outros.

folhetim está para a novela
assim como
pulp fiction para as HQs e séries de TV
- de fato, a origem das HQs está ligada à pulp fiction das primeiras décadas do século XX, a tal ponto que podemos chamar de pulp fiction essas histórias de heróis mascarados (citemos o mestre Will Eisner e seu impagável Spirit, recentemente ressurgido pelas mãos de alguns dos grandes escritores e desenhistas atuais).

Em sala, fizemos uma ponte entre a pulp fiction americana (em que prevaleciam as histórias policiais e de ficção científica) e o folhetim brasileiro, responsável pela multiplicação das tiragens de jornais brasileiros (principalmente com as tramas amorosas publicadas por uma certa Suzana Flag nos anos 40 e 50):

Curiosidade: esta edição antiga de "Meu Destino é Pecar" estava catalogada
como obra de Suzana Flag no sebo, a R$8 (claro que eu comprei).
Em outra estante do MESMO sebo, uma edição mais nova estava catalogada
como obra de Nelson Rodrigues - e à venda por R$35!

5 de março de 2014

Para debater livros, cultura e memória - II

Seguimos apresentando pequenos trechos do livro Não contem com o fim do livro (RJ: Record, 2010), de U.Eco, J.C.Carrière e J.P.Tonnac, para fomentar o debate sobre cultura, livros, tecnologia e memória, dentro e fora da sala de aula.


"O que a internet nos fornece na verdade é uma informação bruta, sem nenhum discernimento, ou quase isso, sem controle das fontes ou hierarquização. Ora, todos nós precisamos não apenas verificar, como dar sentido, isto é, organizar, colocar seu saber num momento do seu discurso. Mas segundo que critérios?" - J.C.Carrière

"Estávamos convencidos de que, com a globalização, todo mundo pensaria da mesma forma. Temos um resultado contrário sobre todos os aspectos: (a globalização) contribui para o esfacelamento da experiência comum." - U.Eco


"Quando você se contenta em aplicar as regras, toda surpresa, todo brilho, toda inspiração se evapora. É a lição que tento passar, às vezes, aos jovens cineastas: ´Vocês podem continuar a fazer filmes, isso é relativamente fácil, e esquecer de fazer cinema.' " -  J.C.Carrière


"Quando o Estado é excessivamente poderoso, a Poesia se cala." - U.Eco

"Talvez tenhamos saboreado na escola uma literatura demasiadamente filtrada e, por esse motivo, carente de sabores impuros." - J.C.Carrière

"O livro é como a roda. Uma vez que você o inventou, não pode ir mais longe." - U.Eco

"Shakespeare sem sua obra não seria ninguém. A obra de Shakespeare sem Shakespeare permaneceria a obra de Shakespeare." - J.C.Carrière





3 de março de 2014

Frase


É bem mais fácil ter certeza a respeito de um erro que de um acerto.
Certo?
(P.R.Barja)

2 de março de 2014

Para debater livros, cultura e memória - I

Esta postagem visa apresentar trechos do livro Não contem com o fim do livro (RJ: Record, 2010), de Umberto Eco, Jean-Claude Carrière e Jean-Philippe de Tonnac. Nosso intuito é, a partir disso, fomentar o debate sobre livros, tecnologia e memória, dentro e fora da sala de aula.


"O que chamamos Cultura é na realidade um longo processo de seleção e filtragem. Coleções inteiras de livros, pinturas, filmes, HQs, objetos de arte foram assim açambarcadas pela mão do inquisidor, ou desapareceram nas chamas, ou se perderam por simples negligência. Era a melhor parte do imenso legado dos séculos precedentes? Era a pior? Nesse domínio da expressão criadora, recolhemos as pepitas ou a lama?"  -  J.P.Tonnac

"Sempre que surge uma nova técnica (...) ela se pretende orgulhosa e única (...) como se preparasse para varrer tudo que a precedeu (...) ao passo que, na realidade, é o contrário que acontece. A técnica não é de forma alguma uma facilidade."  -  J.C.Carrière

Nada mais efêmero do que os suportes duráveis - Este é um dos temas centrais do livro (e título de um capítulo). A incessante aceleração da produção de novidades tecnologias leva a chamar de obsoleto algo que era novo "no trimestre anterior". 
   O problema se aplica até mesmo às coisas mais banais. Anos atrás, sob o título "Vale a Pena Ver de Novo", uma emissora de TV reprisava telenovelas de décadas passadas. Agora as novelas reprisadas são aquelas produzidas 3 ou 4 anos atrás. São as novas antiguidades!
   Por sinal, enquanto compilo estas notas, acabo de jogar no lixo 2 cds que se tornaram obsoletos em menos de 5 anos: traziam softwares irremediavelmente ultrapassados.

(J.C.Carrière, in "Não contem com o fim do livro",
RJ: Record, 2010)

- Se agora dispomos de tudo sobre tudo, sem filtragem, de uma soma ilimitada de informações acessíveis em nossos monitores, (...) o que nos restará para conhecer? (...) O que devemos aprender ainda? (Carrière)
- A arte da síntese. (Eco)

Segundo Eco, caminhamos rapidamente para o ponto em ninguém mais será confiável. Isso porque todos poderão ter feito suas publicações baseados ao menos parcialmente na internet, que mistura verdades e mentiras com a mesma profusão: "Tudo ficará "sujeito à confirmação".


"O saber é tudo com que somos entupidos e que nem sempre tem uma utilidade. O conhecimento é a transformação de um saber numa experiência de vida. (...) Só nos resta - que consolo - a inteligência"  -  J.C.Carrière

1 de março de 2014

Fábula (definições)

(Sobre este gênero literalmente milenar, seguem algumas breves definições, com a sugestão de que se procure outras mais, para análise crítica:)


Texto extraído da Wikipedia


Texto extraído de "Fábulas de La Fontaine",
v.1, SP: Editora Escala, s/d.


Texto extraído de "A Cigarra e a Formiga",
Cordel de Manoel Monteiro,
Cordelaria Manoel Monteiro, 2009

"Fábula: conto mágico e maravilhoso,
que em geral fala de reis de países desconhecidos"
- Ítalo Calvino, no prefácio do livro Fábulas Italianas
(SP: Companhia das Letras, 1989)