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3 de agosto de 2017

Contraponto


   Em tempos tão duros, a primeira aula de "Linguagem Sonora e Musical" nesse semestre continuou depois do horário normal, pois levei alguns minutos até assimilar o impacto do novo aprendizado. Falamos de "som" como energia criativa - e, no fim, os alunos me demonstraram a energia intensa e positiva do aplauso.
   Obrigado pelo ensinamento - e que sigamos aprendendo juntos!

29 de abril de 2015

Matemática - na Aula e na Vida

Prezados,

como educador, eis alguns pontos que considero importantes:

1) Na maioria dos problemas propostos em Matemática ou Estatística, ao contrário do que alguns pensam, o mais importante não é simplesmente “fazer contas”. Precisamos avaliar criticamente o resultado das contas. Que significa isso? Temos que prestar atenção para ver se o resultado é minimamente consistente com o bom senso. 
Observem este exemplo: “20 alunos responderam uma prova, obtendo as seguintes notas: ............ – A partir destes resultados, calcule a média da turma”. Neste caso, observando-se que as notas variaram de 0 a 10, não é possível aceitar como resultado uma resposta do tipo “65”. NÃO adianta o aluno dizer que esqueceu a vírgula; na verdade, faltou analisar o resultado.
Outro exemplo: é dada uma lista dos números de calçados e, perguntado o valor médio, alguém responde “3,7”. Isso não é número de calçado, gente!
(Não no Brasil, pelo menos).

2) É essencial saber redigir a resposta. NÃO adianta dizer: “ah, prof, a conta está aí, tá óbvio que é o resultado, a gente não tá aqui pra ficar escrevendo” – muito pelo contrário: em algum momento da vida, todos nós teremos que apresentar algum resultado – seja em relatório, seja em palestra, seminário ou mesmo bate papo. E, claro, espera-se que as frases sejam bem redigidas, sem erro de concordância por exemplo.

3) Finalmente: é importante estar pronto a justificar e analisar uma resposta numérica. Não basta dizer “olha, a conta deu esse valor aí”. Se o salário médio nos classificados de um jornal vale “R$1000” e o aluguel médio nos classificados do mesmo jornal vale “R$800”, temos que discutir o grave risco de que pessoas deixem de comer para pagar aluguel. 
E, a partir desta constatação, talvez devamos fazer algo a respeito, não?

Só para encerrar: viva Boal, viva Freire! Saudações,

Paulo Barja

11 de novembro de 2014

Parceria


Sábado passado (8/11), como atividade da parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente de São José dos Campos (SEMEA) e a UNIVAP, ministramos uma Oficina de Cordel para a formação de agentes de educação popular na área ambiental/agroecológica. Clique AQUI para ler matéria completa a respeito.

Finalização da Oficina de Cordel na Secretaria Municipal do Meio Ambiente
(foto: PMSJC, 2014)

20 de maio de 2014

Estatística: alguns dados comparativos sobre o custo de um estádio de futebol



Aos alunos (FEAU/UNIVAP) da disciplina de Estatística:
Utilizando os dados da Tabela 3, construir o box-plot correspondente a:
i) todos os estádios
ii) somente os estádios brasileiros
iii) somente os estádios de outros países
- em seguida, analisar os resultados obtidos.

9 de maio de 2014

ALERTA! PERIGO! Reescrevendo o mestre

Faço aqui uma provocação consciente aos leitores/escritores, a partir da notícia (!) de que Machado de Assis (!!) está sendo "reescrito de modo simplificado" (!!!) por uma escritora, com apoio governamental. Claro que o que verão abaixo é uma radicalização do processo, mas fica o alerta para que não se torne realidade uma profecia expressa por George Orwell no livro "1984" (de 1948). Esse autor dizia que até 2050 não restará mais vestígio das obras de Shakespeare e outros mestres, pois tudo teria sido reduzido e simplificado até lá. Que medo!


6 de maio de 2014

Dinâmica (Construção de narrativas e textos): Notícia Self Service


Uma brincadeira interessante para estimular a criação de narrativas originais (e até surpreendentes) consiste em recortar um jornal e montar uma narrativa (ou uma nova matéria) a partir dos trechos recortados. Aqui, estamos exercitando uma espécie de edição criativa e explicitando (por exagero) um padrão de manipulação da imprensa - a fragmentação. Neste caso, porém, a finalidade é criar novas possibilidades narrativas, explorando a criatividade. Eis um exemplo: 


1 de abril de 2014

Dinâmica (Construção de Narrativas e Textos): FOTO NARRATIVA

O trabalho a seguir é um exemplo da dinâmica que exercitamos em sala de aula sob o título "Foto Narrativa". A proposta era escolher uma foto antiga e escrever uma crônica ou conto curto a partir da imagem.
P.Barja


12 de março de 2014

Folhetim & Pulp Fiction




Pulp fiction: ficção de "polpa", ou seja, de papel barato. Literatura publicada em papel jornal, para ser lida, curtida e esquecida no dia seguinte (quando ainda serviria para embrulhar peixe). Cultuada no início do século XX nos Estados Unidos, proliferou para outros países e deu origem a toda uma linha de quadrinhos e de literatura policial noir.

Hoje podemos dizer tranquilamente que a pulp fiction acabou indo bem além do que esperavam seus criadores. Além de tema de estudo, a pulp fiction vem sendo homenageada por gente de diversas áreas, como Quentin Tarantino (no cinema, com os filmes Pulp Fiction e Kill Bill) e Alan Moore (nos quadrinhos, com a Liga Extraordinária), entre outros.

folhetim está para a novela
assim como
pulp fiction para as HQs e séries de TV
- de fato, a origem das HQs está ligada à pulp fiction das primeiras décadas do século XX, a tal ponto que podemos chamar de pulp fiction essas histórias de heróis mascarados (citemos o mestre Will Eisner e seu impagável Spirit, recentemente ressurgido pelas mãos de alguns dos grandes escritores e desenhistas atuais).

Em sala, fizemos uma ponte entre a pulp fiction americana (em que prevaleciam as histórias policiais e de ficção científica) e o folhetim brasileiro, responsável pela multiplicação das tiragens de jornais brasileiros (principalmente com as tramas amorosas publicadas por uma certa Suzana Flag nos anos 40 e 50):

Curiosidade: esta edição antiga de "Meu Destino é Pecar" estava catalogada
como obra de Suzana Flag no sebo, a R$8 (claro que eu comprei).
Em outra estante do MESMO sebo, uma edição mais nova estava catalogada
como obra de Nelson Rodrigues - e à venda por R$35!

5 de março de 2014

Para debater livros, cultura e memória - II

Seguimos apresentando pequenos trechos do livro Não contem com o fim do livro (RJ: Record, 2010), de U.Eco, J.C.Carrière e J.P.Tonnac, para fomentar o debate sobre cultura, livros, tecnologia e memória, dentro e fora da sala de aula.


"O que a internet nos fornece na verdade é uma informação bruta, sem nenhum discernimento, ou quase isso, sem controle das fontes ou hierarquização. Ora, todos nós precisamos não apenas verificar, como dar sentido, isto é, organizar, colocar seu saber num momento do seu discurso. Mas segundo que critérios?" - J.C.Carrière

"Estávamos convencidos de que, com a globalização, todo mundo pensaria da mesma forma. Temos um resultado contrário sobre todos os aspectos: (a globalização) contribui para o esfacelamento da experiência comum." - U.Eco


"Quando você se contenta em aplicar as regras, toda surpresa, todo brilho, toda inspiração se evapora. É a lição que tento passar, às vezes, aos jovens cineastas: ´Vocês podem continuar a fazer filmes, isso é relativamente fácil, e esquecer de fazer cinema.' " -  J.C.Carrière


"Quando o Estado é excessivamente poderoso, a Poesia se cala." - U.Eco

"Talvez tenhamos saboreado na escola uma literatura demasiadamente filtrada e, por esse motivo, carente de sabores impuros." - J.C.Carrière

"O livro é como a roda. Uma vez que você o inventou, não pode ir mais longe." - U.Eco

"Shakespeare sem sua obra não seria ninguém. A obra de Shakespeare sem Shakespeare permaneceria a obra de Shakespeare." - J.C.Carrière





2 de março de 2014

Para debater livros, cultura e memória - I

Esta postagem visa apresentar trechos do livro Não contem com o fim do livro (RJ: Record, 2010), de Umberto Eco, Jean-Claude Carrière e Jean-Philippe de Tonnac. Nosso intuito é, a partir disso, fomentar o debate sobre livros, tecnologia e memória, dentro e fora da sala de aula.


"O que chamamos Cultura é na realidade um longo processo de seleção e filtragem. Coleções inteiras de livros, pinturas, filmes, HQs, objetos de arte foram assim açambarcadas pela mão do inquisidor, ou desapareceram nas chamas, ou se perderam por simples negligência. Era a melhor parte do imenso legado dos séculos precedentes? Era a pior? Nesse domínio da expressão criadora, recolhemos as pepitas ou a lama?"  -  J.P.Tonnac

"Sempre que surge uma nova técnica (...) ela se pretende orgulhosa e única (...) como se preparasse para varrer tudo que a precedeu (...) ao passo que, na realidade, é o contrário que acontece. A técnica não é de forma alguma uma facilidade."  -  J.C.Carrière

Nada mais efêmero do que os suportes duráveis - Este é um dos temas centrais do livro (e título de um capítulo). A incessante aceleração da produção de novidades tecnologias leva a chamar de obsoleto algo que era novo "no trimestre anterior". 
   O problema se aplica até mesmo às coisas mais banais. Anos atrás, sob o título "Vale a Pena Ver de Novo", uma emissora de TV reprisava telenovelas de décadas passadas. Agora as novelas reprisadas são aquelas produzidas 3 ou 4 anos atrás. São as novas antiguidades!
   Por sinal, enquanto compilo estas notas, acabo de jogar no lixo 2 cds que se tornaram obsoletos em menos de 5 anos: traziam softwares irremediavelmente ultrapassados.

(J.C.Carrière, in "Não contem com o fim do livro",
RJ: Record, 2010)

- Se agora dispomos de tudo sobre tudo, sem filtragem, de uma soma ilimitada de informações acessíveis em nossos monitores, (...) o que nos restará para conhecer? (...) O que devemos aprender ainda? (Carrière)
- A arte da síntese. (Eco)

Segundo Eco, caminhamos rapidamente para o ponto em ninguém mais será confiável. Isso porque todos poderão ter feito suas publicações baseados ao menos parcialmente na internet, que mistura verdades e mentiras com a mesma profusão: "Tudo ficará "sujeito à confirmação".


"O saber é tudo com que somos entupidos e que nem sempre tem uma utilidade. O conhecimento é a transformação de um saber numa experiência de vida. (...) Só nos resta - que consolo - a inteligência"  -  J.C.Carrière

1 de março de 2014

Fábula (definições)

(Sobre este gênero literalmente milenar, seguem algumas breves definições, com a sugestão de que se procure outras mais, para análise crítica:)


Texto extraído da Wikipedia


Texto extraído de "Fábulas de La Fontaine",
v.1, SP: Editora Escala, s/d.


Texto extraído de "A Cigarra e a Formiga",
Cordel de Manoel Monteiro,
Cordelaria Manoel Monteiro, 2009

"Fábula: conto mágico e maravilhoso,
que em geral fala de reis de países desconhecidos"
- Ítalo Calvino, no prefácio do livro Fábulas Italianas
(SP: Companhia das Letras, 1989)

15 de janeiro de 2014

SEM MISTÉRIO (um causo de estatística escolar)


Era uma vez um professor de estatística que, ao final do ano, disse:
- Atendi 54 alunos na minha sala de aula, que tem 48 carteiras...
- ... nenhum aluno ficou em pé durante as aulas...
- ... e nunca pedimos carteiras emprestadas!!!

E aí, como se explica isso?

29 de junho de 2012

Agradecimento

Prezado professor,
Escrevo para agradecer a sua compreensão.
E, principalmente, a sua paciência e dedicação.
Eu entendo a importância da sua disciplina (...)
Mais uma vez obrigada, eu precisava de tranquilidade (...) e você me deu isto.

(mensagem enviada por uma aluna)
Prezada aluna (e amiga),
Agradeço seu agradecimento.
Foi muito gratificante poder acompanhar e testemunhar de perto seu esforço e aprendizado.
Sei que foi um desafio para você - e nem todo mundo tem disposição para aceitar este tipo de desafio hoje em dia.
Você aceitou.
Neste processo, espero que tenha percebido o tamanho da sua capacidade.
O melhor aluno nem sempre é o que tem a melhor nota.
Por sua postura, por seu exemplo, você está entre meus melhores alunos.
Felicidades!
P.R.Barja