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28 de dezembro de 2014

SOLIDARIEDADE - com ou sem foto

A história é tristemente real: uma moça começa um relacionamento com um sujeito e, poucas semanas depois, é covardemente agredida pelo imbecil (perdão, não achei outra palavra). O que fazer? Segundo a maioria das pessoas, o melhor é ir imediatamente à delegacia e fazer um Boletim de Ocorrência. Porém, ainda antes de seguir o conselho dos amigos, ela decide denunciar o agressor em rede social.

Perguntam-me: por que ela faz isso? Sinceramente, não acho que a pergunta seja relevante diante da gravidade do fato. A meu ver, a pergunta correta é bem outra: o que leva um homem a cometer tamanho ato de covardia? De todo modo, vejo uma razão bem simples para a publicação da moça. Imagino que ela tenha desejado deixar um alerta, o mais claro e público possível, para fazer com que pessoas próximas de um e/ou de outro fiquem cientes do potencial de agressão, do caráter violento do sujeito que cometeu o gesto absurdo. Enfim, o que sei é que a moça posta uma foto de seu próprio rosto – provando assim a agressão que acaba de sofrer – e junta a isso um texto curto em que fornece o nome do agressor.

Para nossa tristeza, surgem em cena os relativistas, dizendo coisas como “será que ela não fez nada antes?” Outros argumentam que não é possível ter certeza de que o acusado foi realmente o agressor. Ok, apure-se tudo: de acordo. Porém, considero inadmissível que se parta para a inversão dos fatos, com a culpabilização... da vítima. Absurdo! Há quem chegue a comparar o caso a “mais um reality show”. A pessoa agredida chega a ser chamada de exibicionista porque teve a coragem de mostrar o que aconteceu. Que mundo é esse? Nessas horas, faço um baita esforço para respeitar o direito de cada um falar (e escrever) o que quiser. No entanto, sinto-me na obrigação de dizer (e gostaria que fosse em alto e bom som) que precisamos parar de encarar violência real como cena de reality show!

É necessário que as pessoas se conscientizem do seguinte: as agressões contra mulheres nesse país vêm de muito longe e continuam até hoje. Curiosamente, estas agressões reais e cotidianas não aparecem nos tais shows de (falsa) realidade. Aquilo lá nos programas de TV não é reality, meus caros: são “autênticas histórias falsas”, como diz um espanhol que conheci anos atrás.

Dizem alguns que “rede social não é pra isso”. Seria então para que? Só pra exibir foto bonitinha de festa? Questionamento não pode? Denúncias são proibidas? Por quem? De minha parte, todo respeito ao uso de toda e qualquer rede social como local de manifestação de cidadania sim.

Triste país o nosso. Uma mulher foi agredida e conseguiu fotografar e denunciar a agressão antes mesmo de fazer o BO, ponto. Não vou condenar isso! Por sinal, uma perguntinha básica: quantos Boletins de Ocorrência cada um de nós já leu hoje? E quantas imagens já viu, no mesmo período? Pensem nisso.

Chamo atenção para o fato de que não estamos aqui julgando fotos. A questão é que precisamos debater e combater a violência. Também precisamos combater o preconceito no julgamento que se faz de quem é vitimado pela violência nesse país. São mulheres. São, também, negros, orientais, latinos, nordestinos. Somos nós os agredidos, percebem?

Nenhum de nós precisa ser parente ou amigo pessoal de uma pessoa agredida para sentir o impulso da solidariedade, de querer se mostrar pronto a ajudar. A partir de certas reações lidas hoje, sinto despertar em mim uma profunda verdade, mais material do que qualquer foto. Aqui vai ela: nada pode desencantar mais o ser humano do que a falta de solidariedade.

Isso aqui é só minha opinião pessoal. Mas, em pleno século XXI, este começa a ser um pais onde os agredidos não se calam. Não mais. E, como ninguém é uma ilha, uma agressão a uma pessoa – qualquer pessoa – é uma agressão, também, a mim.

P.R.Barja

21 de dezembro de 2014

Por que?


Por que não consigo ser feliz?


- Felicidade se acha em horinhas de descuido...

Perdão, mestre, mas discordo:
enquanto houver uma única injustiça
cometida contra um único de nós,
como descansar?

"É impossível ser feliz sozinho"

- e essa frase do Jobim
não fala de amor:
é política.
(P. R. Barja)

17 de novembro de 2014

RESPOSTA-MANIFESTO

EM RESPOSTA A UMA PROPOSTA FEITA A ARTISTAS LOCAIS
“Apresente-se de graça em nossa sede, fazemos divulgação”

      Considero absurdo e mesmo constrangedor o convite feito, uma vez que artistas precisam ser pagos pela Arte que fazem, até mesmo para manter a Saúde. Creio que isso seja simples de entender, principalmente por quem se diz disposto a trabalhar "pela humanização do atendimento". Pois bem: quando um artista é "convidado a trabalhar de graça" numa empresa que tem totais condições de pagar pelos serviços prestados, isso na verdade soa como "desumanização", na medida em que sucateia o valor do artista enquanto ser humano. 

      Esclareço que, antes de redigir esta pequena resposta, entrei em contato com diversos artistas, inclusive via redes sociais, e o entendimento geral foi este, o que motivou o envio da resposta (fiz essa consulta prévia a colegas para não incorrer no erro de um julgamento precipitado e descolado da realidade). 

      Informo adicionalmente que, em outros países onde tenho amigos artistas, há movimentos de conscientização junto a artistas para que NÃO aceitem este tipo de proposta. A motivação para o movimento coletivo de recusa é a seguinte: enquanto alguns têm outras fontes de renda e poderiam até se dar ao luxo de "trabalhar de graça", outros dependem exclusivamente do que recebem pelo seu trabalho artístico para sobreviver. 

      Entendo que artistas precisam ser bem pagos por quem pode pagar justamente para que possam se dedicar, em outros momentos, a apresentações beneficentes e/ou voluntárias junto a instituições que dependam exclusivamente de esforços coletivos – e, estes sim, humanitários – para subsistência. 

      No entanto, creio que nossa conduta diante desse tipo de situação deve ser fruto de amadurecimento coletivo e troca de ideias (como tudo, sempre). Assim, tomo a liberdade de sugerir uma contraproposta. Tenho quase certeza de que artistas da cidade topariam fazer apresentações por valores, digamos, a partir de R$400 por apresentação (dependendo, naturalmente, da configuração artística - solo ou grupo). Em troca, divulgariam o local e os serviços da empresa contratante. Creio que isso traria transparência ao relacionamento e, sem dúvida, benefícios à imagem da empresa. 

      Uma proposta alternativa (talvez não para esta empresa, mas para outras, mais humildes) seria, ainda, que a empresa prestasse serviços gratuitos aos artistas e, a cada valor X (a definir), o artista fizesse uma apresentação em contrapartida. 

      Para citar um caso recente que mobilizou a sociedade brasileira: nenhum de nós é Deus. Nenhum de nós está acima do outro. Todos precisamos batalhar (com o suor de cada dia) pelo alimento, moradia, saúde e – sempre – respeito.

      Sigamos na trilha da construção de um novo país a cada dia, em cada atitude. 

      Saudações,
P. R. Barja

11 de novembro de 2014

Parceria


Sábado passado (8/11), como atividade da parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente de São José dos Campos (SEMEA) e a UNIVAP, ministramos uma Oficina de Cordel para a formação de agentes de educação popular na área ambiental/agroecológica. Clique AQUI para ler matéria completa a respeito.

Finalização da Oficina de Cordel na Secretaria Municipal do Meio Ambiente
(foto: PMSJC, 2014)

28 de outubro de 2014

"Que Fim Levou Samanta Miller" - lançamento


Depois de meses de diversão e (muito) trabalho, dia 25/10/2014 ocorreu na Univap Urbanova o lançamento da pulp fiction universitária "Que Fim Levou Samanta Miller", escrita em conjunto por Paulo Barja e o Coletivo Fidelio (alunos da FCSAC - Univap). 
Clique para ver o álbum de fotos.

22 de outubro de 2014

A Força das Minorias


Venho aqui manifestar
total solidariedade
a todas as minorias
do nosso imenso país:
as opções minoritárias 
as siglas minoritárias 
as vozes minoritárias
falo isso comovido
comovido e convicto
de que são as minorias
unidas, reconhecidas
nobres no olhar e nos gestos
que dão rumo a essa nação
pois são essas minorias
unidas, reconhecidas
que sabem da força imensa
do respeito às diferenças
assim ensinam e aprendem
assim juntos aprendemos
que a soma das minorias
vence todo preconceito
converte-se em maioria
mas maioria sensível
mais madura e mais feliz
e é disso que precisamos

P.R.Barja

17 de outubro de 2014

Tom Zé, genial anarquia

Após o show do Tom Zé na FLIM (Feira Literária realizada no Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos, SP), fui apresentar o livro "Anarcopoesia" ao mestre, que não se furtou a fazer um anarcojabá (foto abaixo):

O mestre e um aprendiz entusiasmado


"Que fim levou Samanta Miller?" (lançamento do livro)


   No próximo dia 23 de outubro, às 19h, teremos o lançamento do livro "Que fim levou Samanta Miller?" - o evento integra a programação do Encontro Latinoamericano de Iniciação Científica e Pós-Graduação, realizado anualmente na UNIVAP, em São José dos Campos. 
   O livro é um projeto realizado em conjunto com alunos da FCSAC/UNIVAP e tenho utilizado o termo "pulp fiction universitária" para descrever a produção. Espero que curtam! 


Padrão de manipulação - exemplo real

Manchete mágica da TV Globo: 
"Criação de empregos registra queda"
EPA:
905 MIL vagas foram criadas em 2014 no Brasil! 
Em 2013 a criação havia sido um pouco maior. 
Daí a Globo enfatiza a palavra QUEDA numa manchete sobre o AUMENTO do número de empregos. 

Padrão de manipulação à vista...!

Brevíssima reflexão sobre o jornalismo brasileiro atual

(não apenas em época de eleição)


     Quanto ao comportamento dos jornais brasileiros (a Veja também), o (grande) jornalista Aloysio Biondi destaca uma espécie de sucateamento no jornalismo brasileiro entre final de 98 e início de 99, coincidindo (mas será que existem coincidências?) com a privatização das telecomunicações. A partir daí, títulos de artigos de articulistas como o próprio Biondi eram alterados ou então maquiados, com as informações relevantes sendo jogadas para escanteio (retiradas do título e do lead), entre outros absurdos que podem até ser hilários, dependendo do contexto.

     De lá para cá, em resumo, temos espaços“oficiais” para isso ou aquilo na mídia, mas também há um monte de opiniões e matérias simplesmente proibidas pelo jornal (um exemplo é o eterno tema-tabu do filho de FHC com a jornalista da Globo).

     Inevitável uma certa nostalgia do que muitos de nós não tivemos: quem curte Nelson Rodrigues, por exemplo, pode verificar quantas vezes as crônicas dele (inclusive as esportivas) já enveredaram por política, mesmo no Globo... sim, claro, ele não era “de esquerda” (haha) - mas o respeito não escolhia página, se é que me entendem.

Paulo R. Barja

6 de outubro de 2014

Ode ao Burguês Secular (SP, 1922+92)


outsider em meu próprio estado
(e não me venham com maiúsculas)
acumulo milhas nas costas
atinjo a "maioridade à margem"
recebo assim renovada
democrática porrada
fartamente distribuída
- sem distinção -
a professores alunos pobres malfeitores
sim
pobreza é crime aqui
cercar terreno não é crime:
basta ter grana passar cheque sem fundo               quebrar a bolsa do Rio
e te deixam ficar devendo
30 anos, 60 milhões
ganha ainda apoio armado
mas pobre tem que ser bom pagador
(o relógio nunca atrasa para o pobre)
experimenta furar a conta de luz
aliás
não importa
vivemos no escuro mesmo


êêêê são paulo
ê são paulo
são paulo da garoa
são paulo da tortura boa
sim
garoa é sangue aqui
a turma de uniforme diz que as balas são de borracha
ops escapou uma aqui outra ali
dizem também: "quem procura acha"
cotas a cumprir menino(a)s a despir
brincantes a despejar
pobres a afugentar
pra longe das passarelas
azuis e amarelas
Ah, Mário, doce Mário, que sonhou são paulo no Brasil
viajando tanto ao Nordeste
em missão de integração
Mário Bandeira Drummond
o teeeeeeeeeempo paaaaaassssssssaaaa!
a valsa acabou
a água acabou
a usp vai mal
e o ministério da verdade adverte:
"beber bosta prejudica a capacidade cerebral"
(hein? o que? gol de quem?)
diz que gosta, sem engulho:
bebe bosta com orgulho!
são paulo russomano!
são paulo feliciano!
são paulo, dize-me com quem andas e te direi
aliás
já disse
...

(P.R.Barja, a partir de Mário)


1 de setembro de 2014

Soneto Eleitoral (candidatura de ocasião)


Se a sigla significasse
o que diz que significa,
a coisa talvez mudasse;
pior do que está não fica.

Legenda? Pra que legenda?
O discurso não é sério.
A "ética" vive à venda
ou está no cemitério.

Sigla certa, ideia incerta:
muda-se de opinião
quando o cinto mais aperta.

Democracia? Quem dera:
"vale tudo" de eleição.
Quanto ao eleitor... já era!

P.R.Barja

29 de agosto de 2014

whatsapp (conto curto)


     Ela andava triste, cabisbaixa, quando ouviu que a chamavam. Levantou o rosto e olhou para seu interlocutor, que perguntava:
   – Ei, o que houve? Por que está desse jeito? Sua beleza anda opaca...
   – Foi o resto da vida inteira que me fez assim. Agora, quase não durmo. Quando deito, ele vem me visitar...
   – Ele quem?
   – O demônio.
     Ela não teria dito isso se não tivesse percebido que o rapaz tinha asas.
   – Ah, que bobagem... Carpe Diem... aproveite o dia! O demônio tem medo de gente alegre.
    Ele abriu então as asas – eram imensas – e esticou a mão para ela. Voaram juntos. E dançaram, sorriram... foram felizes. Quando ele a deixou em casa (pela janela!), a moça emanava luz. Deitou-se e dormiu imediatamente.
     Naquela noite, quando o demônio se aproximou da cama, ela só abriu um olho e disse: BU!! E isso, esse simples “BU!!” impregnado de alegria brincalhona, assustou tanto o demônio que ele nunca mais voltou.

Paulo R. Barja

24 de agosto de 2014

As Duas Portas (crônica)


Outro dia fui levar minha filha a um encontro com colegas de escola. Não conhecia o endereço, mas imaginei que fosse na região “mais nobre” da cidade. Esse “mais nobre” vai assim mesmo, entre parênteses, por se tratar de expressão questionável, já que utilizada como eufemismo para outra expressão, menos elegante: “mais cara”.
Enfim: era lá mesmo. Estacionei e, ao me aproximar da entrada, a surpresa: havia duas rampas diferentes conduzindo a duas portas diferentes. Aliás, corrijo-me: não eram portas e sim pesados portões metálicos. No alto de cada um, inscrições que explicavam tudo: de um lado, “moradores”. Do outro, “visitantes”. Naturalmente, logo ficou claro para mim que a segunda palavra era outro eufemismo: por “visitantes”, entenda-se “todos os demais”, “os outros” (ou, em última análise e para lembrar de um episódio pessoal bastante chato, “forasteiros”).
Do lado de dentro, seguranças observavam atentamente os candidatos à entrada na fortaleza (juro que estou me segurando para não poluir o texto inteiro com aspas). Além dos seguranças, claro, as indefectíveis câmeras de vídeo. Até aí, vocês podem argumentar que são questões de segurança e tal.    Mas o problema todo é que as duas portas ficam exatamente uma ao lado da outra, sem nenhuma divisória, ou seja: a pessoa que subiu a rampa – seja da esquerda ou da direita – chegará às duas portas ao mesmo tempo. Pode-se inclusive imaginar facilmente a situação de um morador subindo por um lado e um visitante (seguro as aspas) de outro, chegando ambos, ao mesmo tempo, diante das mesmas portas.
Pergunto, do alto da minha humilde ignorância: em que medida a existência de duas portas “etiquetadas” (não aguentei e coloquei as aspas agora) garante a segurança de quem quer que seja?
Voltei para casa incomodado com aquilo. Para mim, só há uma explicação: não se trata de segurança e sim de discriminar, separar artificialmente uns dos outros. O caminho é praticamente o mesmo, porém “vocês entram por aqui; os demais, por ali”.
A situação nos remete aos aeroportos europeus, em que a entrada num país ocorre a partir de filas separadas para cidadãos europeus e “os outros”. Embora questionável, pode-se argumentar que neste caso trata-se de protocolos diferentes, envolvendo consulta a documentos diferentes – e que a entrada ocorre por guichês diferentes. No caso do prédio VIP (sem aspas), a cabine é única: as mesmas pessoas administram a entrada pelos dois portões. Além disso, nenhum documento foi pedido para mim: fui julgado, creio, simplesmente pela aparência.
O portão dos visitantes abriu-se para mim. Entrei e imediatamente andei um metro para o lado, de modo que um segundo depois de entrar eu já seguia a trilha exata dos moradores.
Confesso que muitas vezes não consigo compreender coisas simples e me sinto meio burro. Foi o que senti ali, ao estranhar algo que para a maioria das pessoas talvez já seja natural.
Meu questionamento: até que ponto é natural encarar este tipo de separação como algo natural?

P.R.Barja

23 de agosto de 2014

Ali, naquele bairro simples (crônica)


“O morro não tem vez
mas se derem vez ao morro
toda a cidade vai cantar”
- Vinícius de Moraes

Equipe da E.E.Francisco Marques, Campo dos Alemães,
S.J.Campos: gente que, definitivamente, faz a diferença

  Quero contar o que vi acontecer ali, naquele bairro simples, que não costuma aparecer nos jornais (as eventuais notícias insistem em vincular a região a cenas tristes, mostrando uma visão limitada e por isso mesmo deturpada de uma realidade bem mais bela).

  Sim: naquele bairro tão simples, a beleza transparece nos olhos e corações, surge – espontânea – aqui e ali. Mas existe um local de onde a beleza se irradia. E sabem qual é o núcleo da beleza, ali, naquele bairro simples?

  É a escola.

  Ali, naquele bairro simples, tem gente que trabalha e se dedica a mudar para melhor não apenas o bairro como também a cidade. Gente que, durante a semana, dá aula e estuda; aos fins de semana, enfeita sua escola (sua, sim!) e convida os amigos pra festa. Gente que, em pleno sábado (ou domingo), leva os filhos à escola para fazer balé, tocar violino e pintar telas maravilhosas (são guiados por mãos de fada).

  Passei a manhã admirando e me comovendo com tanto trabalho bem feito por gente de talento que a mídia não mostra. É gente como essa e trabalho assim, nesse bairro simples, que me inspira todo dia.

  Sei que talvez essas pessoas nunca fiquem sabendo do texto que escrevo agora, emocionado. Por que escrevo, então? Porque desejo que muitos, que todos saibam que, perto da gente, tem gente nesse exato momento melhorando a rua, o bairro – melhorando o mundo.

  A eles, nossa gratidão.
P.R.Barja