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10 de junho de 2015

UM RESGATE JUSTO - e necessário


     Como cristão, fiquei sinceramente comovido ao ver a belíssima foto que reproduzo abaixo. A verdade é que, após muitas apropriações da crucificação (principalmente em capas de revistas da grande mídia), finalmente pudemos ver uma imagem que resgata o poder e a força da crucificação de Cristo. 
     Sei que algumas pessoas podem questionar o que considero "resgate justo" da força original da cruz como símbolo cristão. Por que digo isso? Porque Cristo nunca foi personagem de igreja-butique (entrem numa igreja hoje e perguntem onde fica a lojinha, vocês provavelmente encontrarão modelos de cruz de todos os tamanhos e preços). Ao contrário: Jesus foi perseguido, assim como seus seguidores. Viveu à margem da sociedade da época, sendo portanto um "marginal", no sentido estrito do termo. Foi também um "subversivo", para usar um termo que a turma do Bolsonaro adora aplicar (em geral, para as pessoas erradas) ao defender aqueles que não tinham defesa. Observem: nada disso aparece nas capas da Veja e da Placar, quando se utilizaram da cruz. 
     Por fim, ver alguém na cruz inevitavelmente desperta em nós (em mim, pelo menos) piedade, compadecimento... Empatia: "é uma pessoa comum ali, poderia ser você ou seu filho". 
     Viviany Beleboni: obrigado por renovar em mim a fé cristã, nesse mundo tão cheio de gente que ostenta arrogância e intolerância incompatíveis com a fé que dizem professar. 
     Só para lembrar: na mesma semana, o grande Zé Celso teve que se defender num processo movido contra ele por um religioso que se disse ofendido com uma representação ocorrida na PUC, em 2012. Pois bem. Como cristão, digo: VIVA VIVIANY! VIVA ZÉ CELSO!


(Foto: João Castellano, Agência Reuters)

27 de outubro de 2013

Breve Crônica de Domingo - Religiosidade


Na manhã de domingo, no caminho de casa até o mercado, vou reparando nessas pequenas grandes coisas que nos encantam: algumas folhas voando, a brisa agradável, flores de cores vivas, o azul da manhã tranquila...
De repente, meu sentimento de calma e contemplação é interrompido por um barulho (peço perdão mas não encontro palavra melhor). Aos poucos, vou me aproximando da fonte do ruído e percebo que se trata de uma dessas igrejas que organiza cultos nas manhãs de domingo. A uma quadra de distância, já se ouvia a barulheira (embora seja muito difícil entender a letra). Penso: lá dentro do “templo” (chamemos assim), o barulho deve ser ensurdecedor. E lembro de um cordel escrito anos atrás, cujo refrão dizia justamente:
Coitado de Jesus, que está pregado
E tem que exercitar a paciência! *

São dez horas da manhã. Quando estou para atravessar a rua (meu objetivo é o Mercado Municipal), ouço o líder da cantoria dizer ao microfone algo como “Vamos cantar... vamos pular, gente!”. Aquilo me parece estranho. A essas alturas, meu sentimento de contemplação (ou beatitude, ou religiosidade) já estava distante...
Chego então ao Mercado Municipal. E ali se dá a epifania: enquanto escolho cebola, alho e tomate, ouço um dos feirantes cantar baixinho uma canção da Legião Urbana:
É preciso amar as pessoas
     Como se não houvesse amanhã... **

Nesse instante sou invadido por um profundo sentimento de religiosidade: aquela sensação de plena integração (o religare) com o universo.
Volto feliz, tranquilo. E pensando: afinal, onde é que mora a religiosidade? Onde se vivencia realmente o Amor ao próximo?
Talvez eu não entenda muita coisa nessa vida. Mas acho que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...

P.Barja

* Refrão do Cordel Joseense “Jesus Pregado” (P.Barja), de 2009

* Trecho de “Pais e Filhos” (Legião Urbana)

24 de junho de 2012

Dominical

(para a escritora Rita Elisa Seda, agradecendo pela leveza)

   Em pleno domingo, acordei às 7 da manhã. Às vezes, é natural: o corpo, acostumado à rotina semanal, sente que está passando da hora de levantar. Mas hoje não foi o caso: acordei com os gritos de um "pastor" da igreja evangélica mais próxima. Às 7h de um domingo, ele iniciou sua pregação a plenos pulmões - e com microfone, talvez para garantir que dezenas ou centenas de pessoas da vizinhança acordassem.
   Fiquei bravo, claro: será que ele não sabe que isso é uma violência contra o próximo? E questionei qual seria o papel de Deus nisso tudo: "será que Ele usa aquele pastor para testar nossa capacidade de perdoar e até oferecer a outra face (ou, no caso, o outro ouvido) diante de tamanha agressão?
   Sem resposta, não tive como ficar na cama - fui até a cozinha preparar o café da manhã. Aí resolvi fazer uma salada de frutas (luxo impossível na correria semanal): mamão, maçã, banana. Aí, de repente, fui novamente visitado pela percepção de como é maravilhosa a Natureza. Quanto nos oferece! Detalhe: sem cobrar dízimo e, na maioria das vezes, silenciosamente...
   O café ficou pronto; o dia também. Sensação de agradecimento pelas gentilezas da Vida. Gratidão por sutilezas que combinam com o silêncio - um silêncio pleno, de felicidade tranquila.
   Levantar a voz? Sim: sempre que for necessário denunciar alguma injustiça.
   Para agradecer, às vezes basta o silêncio...
P.R.Barja

26 de novembro de 2010

Artigo publicado na TECAP

Uma grande alegria: será lançado no RJ o volume 7 da Revista TECAP, da qual participo com o artigo "Quando a voz do povo é a voz de Deus: a procissão da Paróquia de São Dimas na Semana Santa em São José dos Campos". Se alguém tiver interesse no tema, pode entrar em contato: paulobarja@ig.com.br.