15 de dezembro de 2017

PensaCom 2017 - 2 trabalhos da Univap

   Nesta terça (12/12), estivemos em São Paulo para participar do PensaCom 2017. Reforcei a impressão que tive em 2016 do PensaCom: trata-se de um dos mais interessantes eventos nacionais na área de Comunicação. É particularmente interessante por ser um evento pequeno, concentrado; assim, não há aquela dispersão característica dos "grandes eventos". A sede (o Centro de Pesquisa e Formação do SESC - SP) é excelente, e o evento é gratuito, o que democratiza o acesso aos estudantes.
   Participamos do evento este ano com dois trabalhos:




Ana Leite, aluna - e pesquisadora


Apresentando um primeiro trabalho agregando Modelamento Matemático e Comunicação:
análise temporal da enquete promovida pela Veja sobre o ex-presidente Lula

Quem disse que não pode ter Matemática na pesquisa em Comunicação?
Aqui, mostramos que os simpatizantes de Lula são mais rápidos no voto do que seus opositores.

Com Claudia Lemes - parceria produtiva

   Versões completas destes 2 trabalhos serão enviadas para publicação nos anais do PensaCom. Até 2018!

14 de dezembro de 2017

5 em 1 - Cultura e Literatura na Univap Castejón


   Nesta segunda-feira, como parte da programação da Faculdade da Terceira Idade / Univap, participamos de um encontro sobre Cultura e Literatura na Univap Castejón. Participaram do encontro os escritores Claudia Regina Lemes, Ana Enedi Prince, Zenilda Lua, Charles Lima e Paulo Barja.

A partir da esquerda: Charles Lima, Zenilda Lua, Claudia Regina Lemes, Paulo Barja e Ana Enedi

    A partir do encontro, resolvi fazer um pequeno poema para apresentar cada um dos escritores participantes. "Do centro para as bordas", ficaram assim:



CRL

mãe
professora
mãe
diretora
mãe
escritora
mãe
artista
eu te vejo
amor
à vista


ZL

Lua
mesmo de
dia
veio da Paraíba
ao Vale do Paraíba
pra encontrar um Paraíba
Pura Poesia


AEP

Historiadora
e proseadora
corre com
paixão
pelos Campos
do José
e do Jordão

CL

Escritor
boxeador
prosa crua
lírica nua
soco no oco
firmeza
con fuoco


   A seguir, mais alguns registros do encontro:

Com essa turma,  é sempre festa: a festa do encontro

Claudia autografando o livro que acabamos de lançar em parceria



   Agradecemos à professora Débora Guedes e à Jaqueline, pela acolhida sempre generosa e sorridente. Até a próxima!

8 de dezembro de 2017

(Mais uma) Vitória da Liberdade


     Saímos da Câmara de São José dos Campos pouco depois das 20h. Vitória: entregamos manifestos, ocupamos a galeria e foi novamente adiado o projeto da "Escola Sem Partido". Mas foi chocante ver uma turminha (MBL) defender o tal projeto gritando que quer o Bolsonaro presidente...
Era só isso e usar buzinas. Zero argumento...
     O projeto deverá ser arquivado porque restringe a liberdade de expressão, cerceia a educação e usa o surrado e absurdo argumento de "proibir ideologia de gênero"...
     Ei, o que defendemos é o respeito a todos, o direito à diversidade, à cidadania!
    A autointitulada direita não quer que se fale de feminismo nem respeito às minorias. E o MBL levou bandeiras do século XIX! Brasil império! Estão 200 anos atrasados.
     Fui de rosa e fiquei com o povo LGBT, claro. Gente decente!

Sessão histórica na Câmara de SJC, 7/dez/17

5 de dezembro de 2017

Em Nome da Cidadania

(a propósito da apreciação de projeto referente à proposta de "escola sem partido" em São José dos Campos)

     Sou homem, branco, católico, classe média, heterossexual; nunca passei fome e sempre tive onde morar. Sou maioria? Não: combinadas, essas características formam um subgrupo da sociedade – o subgrupo dos privilegiados, ou seja, dos que acessam as melhores opções de trabalho, independentemente de mérito. Mas, nesse contexto de vantagem competitiva (na verdade, injustiça estrutural), por que tantos com perfil assim mostram tanta dificuldade em abrir espaço para os demais? Impor uma visão de mundo oriunda de privilégios seria uma injustiça flagrante.
     Sou homem – nessa condição, reconheço o machismo da sociedade atual; é um tipo de injustiça que deve envergonhar a todos e precisa ser superado, em nome de uma convivência mais harmoniosa.
     Sou branco – assim, preciso saber do ponto de vista dos negros, secularmente oprimidos no Brasil. Mais que falar, preciso ouvir, para que superemos as diferenças ainda existentes.
     Sou católico – por isso, é importante que minha filha tenha acesso à Umbanda, ao Espiritismo, ao Budismo e às outras religiões na escola, para aprender a respeitar a diversidade.
     Sou de classe média – preciso então estar atento às demandas sociais, para ajudar o país a superar a desigualdade.
     Sou heterossexual – mas seria um monstro se desrespeitasse o direito de todo e qualquer indivíduo para viver sua sexualidade da forma que lhe for mais conveniente.
    Ao condenar uma opção diferente das minhas, estaria violando a própria noção de humanidade. Como pai, devo respeitar a autoridade dos professores, que devem trabalhar com plena liberdade. Como professor, preciso garantir que alunos jamais reproduzam as injustiças de que estamos fartos. Como cidadão, exijo o direito à diversidade.
     Por isso, pela cidadania, sou contra a “escola sem partido”.

Paulo Roxo Barja

9 de outubro de 2017

Mais que nunca, é preciso sonhar

(“Os Gigantes da Montanha” e o Grupo Galpão)

Fui ao teatro (re)ver o Grupo Galpão e saio com a impressão de que a beleza na Arte, a partir de um certo ponto, ultrapassa o próprio limite das palavras. Paradoxo: ainda assim, sou impelido a escrever. E por razões objetivas: no Brasil de 2017, é preciso assistir “Os Gigantes da Montanha”, montagem do grupo para o texto de Luigi Pirandello.
Sim, vivemos num tempo em que a beleza chega a adquirir conotação subversiva - principalmente quando aliada à excelência da representação. Para dar um exemplo: a caracterização antológica do ator Paulo André como personagem feminina na peça é capaz de ofender certas “pessoas na sala de jantar” (como diriam os Mutantes). Pior para os que se ofendem. Nestes tempos difíceis, em que setores (ultra)conservadores chegam a pedir censura a exposições e apresentações artísticas (na verdade “exigem”, o que apenas explicita seu caráter autoritário), é reconfortante ouvir o Galpão emendar o final de uma das músicas com a exclamação: “Censura não!”
Pirandello morreu às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Certamente compreendia os graves tempos que estavam por vir. Poucos anos depois, Walter Benjamin passou a alertar sobre a mudança de percepção que se operava nas pessoas a partir da reprodutibilidade técnica nas obras de arte. Pois bem: o teatro nunca se curvou à mera reprodutibilidade. O acaso sempre está presente, e por isso mesmo a aura nunca se perde. Curioso: um seriado famoso na TV dos anos 1990 avisava que “a verdade está lá fora”. O Galpão viaja pelo Brasil confirmando que “sim, a verdade está AQUI fora” – e é tanto mais impactante quanto mais se revela através do registro de fábula.
A cada época, seus desafios. Temos os nossos, e não falo (só) de manter as contas em dia: trata-se de lutar inclusive pelos direitos mais fundamentais. Nos últimos tempos, a imprensa (!!) tem dado espaço a políticos que defendem abertamente a imposição de limites à liberdade de expressão, propondo inclusive sanções e multas aos libertários. Pois bem: no passarán, caros censores! Temos a fábula. E fábulas como a de Pirandello prestam-se a múltiplas interpretações e questionamentos; ler, ouvir, cantar e representar são atitudes que enriquecem a própria experiência humana.
Voltando à peça: logo no início, quando a brancaleônica trupe mambembe perambula em busca de um lugar para apresentar seu espetáculo, ficamos sabendo que fantasmas não assustam artistas. Na verdade,

a Arte faz ponte
entre o pleno Aqui-Agora
e o reino do Além.

A última cena, aquela que Pirandello contou mas não escreveu, trata do embate dos artistas com os Gigantes. Que não são propriamente gigantes, o texto explica: trata-se de pessoas que chegaram “no alto da Montanha” com muito esforço, mas que, na caminhada, embruteceram, tornaram-se de certo modo insensíveis – esquecerem-se, talvez, de sua própria humanidade. Culpa do Empreendedorismo ou da Meritocracia? A peça estimula fortemente a reflexão, neste momento em que artistas, buscando seu lugar na praça, são pressionados a se converterem em “empresas de um homem só” (as MEIs).
A peça, escrita na década de 1930 e montada pelo Galpão em 2013, torna-se ainda mais atual agora. Os artistas, armados de figurinos, vozes e sonhos, caminham para se apresentar diante dos Gigantes. Retroceder? Nunca. Temer? Jamais.
Ao fim da peça (na verdade, o fim ainda está por escrever), resta-nos agradecer ao Galpão pelo exemplo dado nestes primeiros 35 anos de sua trajetória: sem concessões, dando sempre coerência aos nossos sonhos. Até mesmo depois do espetáculo: nesta cidade que um dia abrigou o Pinheirinho (invadido e desocupado por Gigantes da Montanha fardados), passavam das dez da noite quando encontramos os atores saindo do teatro. Cansados, após mais uma jornada de belezas, eles nos mostram que, sim, sempre há tempo para um abraço. E que ninguém ouse censurar o afeto, que é e sempre será revolucionário.

É preciso que sonhemos,
principalmente acordados;
que encaremos os Gigantes
(na rua e até no Senado)
e saibamos exprimir
com Arte o nosso recado.

P.R.Barja

28 de setembro de 2017

AMOR, SEMPRE


mesmo para quem me odeia
eu tento mandar amor.
Isso não é ser do contra:
na boa, é ser "a favor"

a favor do entendimento
a única solução
para que esse planetinha
não sofra destruição

Coreias e Norteaméricas
acham que é tudo na briga
porém a revolução
não é feita com intriga

é na base dos encontros
não tô falando de sexo
digo só que nesse mundo
há côncavo e há convexo

quem vai salvar esse mundo
é a porra do afeto, mano
café com prosa da boa
pra desfazer todo engano

é reconhecer beleza
venha de onde vier
não precisa botar cerca
nem cheirar um pó qualquer

tem gente boa no mundo
isso sempre me impulsiona
e a conclusão é só uma:
AFETO REVOLUCIONA
P.R.Barja

26 de setembro de 2017

"A CIDADE FALA" - apresentação de uma proposta de estudo

Apresentamos aqui um resumo do trabalho apresentado no II Seminário de Estética Social da USP, acompanhado dos slides correspondentes à apresentação realizada no dia 22/set/2017, marcando o "lançamento" da pesquisa "A Cidade Fala":














3 de setembro de 2017

Encontro sobre Cultura - PIRAQUARAS (Pindamonhangaba, setembro/2017)

Foi grande - e relevante - a participação de jovens no encontro
   De 1 a 3 de setembro, o Clube de Campo do Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba sediou o encontro PIRAQUARAS, sobre interfaces da Cultura (Cultura & Educação, Cultura & Feminismo, Cultura & Meio Ambiente, Cultura & Território foram alguns dos eixos abordados).
   Promovido pelo coletivo Mixgenação, o evento contou com a participação de cerca de 50 coletivos sociais de todo o Vale do Paraíba, além de outras cidades do Estado de São Paulo.  Na tarde do dia 2, fizemos a composição e leitura de décimas de cordel sobre questões abordadas no encontro; clique AQUI para ler.


Andréa Guaraciane foi fundamental na organização do evento.
Mulher de fibra e coragem. Palmas para ela!
Programação parcial do evento (teve muito mais)
Nossa participação ocorreu na roda de debate "Cultura & Educação"




Procissão dos Mortos - Jacareí, 2017

     Na última sexta-feira de agosto - e com saída à meia-noite, ocorre em Jacareí a Procissão dos Mortos. o evento foi retomado há poucos anos e homenageia antigas lendas e causos da região. A concentração dos participantes (fantasmas, bruxas, vampiros, mortos ensanguentados em geral e simpatizantes) ocorre em frente ao Museu de Antropologia do Vale do Paraíba. Há participação de atores e músicos. Os participantes, caracterizados ou não, recebem velas pretas para a procissão, que segue por diversas ruas até o cemitério municipal. 
     Este ano marcou nossa primeira participação, para observação e registro. Uma conclusão: os mortos em Jacareí são muito mais animados que os vivos em outras cidades. Confiram algumas imagens:

A concentração, em frente ao Museu de Antropologia do Vale do Paraíba (MAV)

Particularmente, achei este o grupo mais assustador:
enfermeiras e médicos ensanguentados...

Os mortos também dançam na praça

Chegada do cortejo em frente ao cemitério, por volta de 1h20

A noiva morta, personagem frequente em histórias do Vale do Paraíba

Essa foto inda vai virar fotopoema

Bebel e o amigo Iago

O blogueiro com sua fiel escudeira, Bebel

19 de agosto de 2017

Vitória da Cidadania em São José dos Campos

     Em São José dos Campos, os últimos dias foram de debate sobre questões ligadas à cidadania. Na terça (15/08), a Câmara Municipal foi sede de um embate a respeito da proposta de “Escola Sem Partido”, apresentada por setores contrários ao aprendizado de uma visão crítica da História nas escolas. Enquanto educadores e ativistas contrários à proposta concentraram-se na Câmara para o debate que ocorreria, integrantes e simpatizantes da proposta “Escola Sem Partido” vieram da Praça Afonso Pena até a Câmara. O debate acabou ocorrendo fora do plenário, com enfrentamento entre os manifestantes. Em menor número, os defensores da proposta de “Escola Sem Partido” foram recuando até a porta de entrada, dispersando-se a seguir, enquanto o presidente da Câmara encerrou a sessão alegando falta de segurança.
     Os defensores da “Escola Sem Partido” dizem querer evitar a “propaganda comunista” nas escolas. Entre os professores, em sua maioria, contrários à proposta, entende-se que esta representaria uma censura ao trabalho do educador. Alega-se ainda que a proposta implicaria, ao contrário do que seus defensores afirmam, numa escola COM partido, porém sem espaço para a análise crítica, essencial no ensino e aprendizagem principalmente de História e Geografia.

Audiência pública na UNIVAP
     Já na quarta-feira (16/8), a UNIVAP (Unidade Castejón) sediou audiência pública sobre o Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos (SP). O evento foi particularmente importante porque, na semana anterior, a audiência ocorrida sobre o mesmo tema no campus Baixada Santista da UNIFESP havia sido conturbada, com a presença de mais de 90 policiais militares fardados e inicialmente armados, em atitude considerada opressora e que motivou inclusive uma nota de repúdio publicada pela ADUNIFESP.
     Na UNIVAP, mesmo com auditório lotado, a audiência transcorreu pacificamente, conforme atestaram participantes do evento. Segundo Ana Carla Pinto, “foi muito bom ver o auditório mobilizado, as contribuições foram bem pertinentes”. Francisco Roxo, também presente ao evento, elogiou o incentivo à participação popular, mas lamentou a escassez de tempo para discussão. O sociólogo Moacyr Pinto considerou a audiência “maravilhosa, com a presença dos mais variados setores da sociedade”; segundo ele, ficou claro que era um “encontro democrático sobre Direitos Humanos, sem espaço para o fascismo.”
     A professora Paula Carnevale (UNIVAP) destacou a presença e jovens e participantes de movimentos sociais, comentando ainda que a participação da polícia foi construtiva e propositiva. Carnevale, porém, alerta para o fato de que ainda é necessário avanço quanto ao estabelecimento de formas claras para incorporação das sugestões apresentadas pela população ao documento previamente elaborado.
     Tudo somado, fica a conclusão de que o diálogo é sempre o melhor caminho para exercitar a cidadania, e toda construção deve levar em conta o respeito à diversidade de opiniões – para que cada pessoa possa livremente tomar partido em relação aos temas em debate.

Paulo R. Barja

15 de agosto de 2017

Ocupação Escolar e Liberdade de Expressão

Seminário apresentado por aluna do LabCom Univap revela a construção identitária a partir de produções textuais dos alunos que participaram das ocupações


     A aluna Ana Flávia Leite, da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Comunicação da UNIVAP que estudou as ocupações escolares em São José dos Campos com bolsa PIBIC, fez sua apresentação final hoje, em auditório do CEPLADE/UNIVAP.

A aluna Ana Flávia Leite, orientada pelo prof. Paulo Barja (UNIVAP)

     Ana realizou a análise das produções textuais de alunos que participaram das ocupações escolares no final de 2015, na Zona Sul da cidade de São José dos Campos, em protesto contra a proposta de reorganização escolar, que havia sido anunciada pelo governo de São Paulo sem prévio debate com alunos, famílias e professores. O trabalho analisou a construção identitária nos alunos a partir do processo de ocupação. As principais referências bibliográficas utilizadas pela pesquisadora no trabalho foram os livros “Escolas de Luta” (de Antonia Campos, Jonas Medeiros e Márcio Ribeiro) e “A Identidade Cultural da pós-modernidade”, de Stuart Hall. Entre as produções textuais coletivas analisadas, ganham destaque no trabalho os textos produzidos pelos alunos no formato da literatura de cordel, a partir das oficinas voluntárias realizadas pelo prof. Paulo Barja nas ocupações.

Antes da apresentação, a aluna entregou à banca exemplares do cordel
produzido pelos alunos durante a ocupação escolar

     Orientada pelo professor Paulo Roxo Barja, a aluna de jornalismo foi a primeira bolsista da área de Comunicação da UNIVAP no PIBIC. Foi muito elogiada pela banca, que teve as participações das professoras Drª Mirabel Cerqueira Rezende (UNIFESP) e Drª Juliana Campos Junqueira (UNESP).

Foi avaliada a construção identitária dos alunos a partir de suas produções nas redes sociais

     Os autores agradecem à banca avaliadora e também à Profª. Maria Aparecida Papali, ao diretor do Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento (IPD/UNIVAP), prof. Leandro Raniero e à coordenadora do LabCom/Univap, Profª. Kátia Zanvettor Ferreira.



A apresentação seguiu as normas do PIBIC, com os slides produzidos em inglês

     Aluna e orientador preparam agora artigos a partir do relatório final do projeto, para futuras participações em congressos acadêmicos.

3 de agosto de 2017

Contraponto


   Em tempos tão duros, a primeira aula de "Linguagem Sonora e Musical" nesse semestre continuou depois do horário normal, pois levei alguns minutos até assimilar o impacto do novo aprendizado. Falamos de "som" como energia criativa - e, no fim, os alunos me demonstraram a energia intensa e positiva do aplauso.
   Obrigado pelo ensinamento - e que sigamos aprendendo juntos!

25 de julho de 2017

Saúde Pública - Artigo (Revista Univap)

Saiu na Revista Univap (ISSN 2237-1753), v. 22, n. 41 (clique no título para acessar o texto completo):



Uma observação:
mulheres com melhor nível de escolaridade vêm realizando os exames de rastreamento no tempo correto, o que as protege contra o avanço de uma eventual malignidade. 

Uma conclusão:
o acesso aos exames não vem sendo garantido às mulheres em situação de vulnerabilidade social, seja em relação à idade, à cor/raça (menor proporção de mulheres de cor negra e parda)  ou  ao  grau  de  instrução; assim, mesmo no SUS, ainda verifica-se o efeito da desigualdade social.

Fora da Caixa: Presenças latentes

   Em julho, uma grande alegria: o livro Um Cordel A Carolina foi lançado em São José dos Campos, no Parque Vicentina Aranha, dentro da programação Fora da Caixa.
   A produção gráfica preparada pela equipe do Parque ficou linda, confiram:





A seguir, duas fotos do evento:

Brun Willy, performer, iluminou a noite com seu talento 
Prosa com os autores: aqui, estou entre Michelle, autora de obra sobre Julia Lopes de Almeida,
e Claudia Regina Lemes, parceira e ilustradora de Um Cordel a Carolina

O evento, na internet:

21 de julho de 2017

PERSEGUIDO POR BOAS RAZÕES (B.Brecht, adp. Paulo Barja)

A propósito da recente perseguição política movida por um juiz de primeira instância contra um presidente, lembrei de um poema de Brecht cuja parte final segue abaixo em adaptação minha:

PERSEGUIDO POR BOAS RAZÕES 
(B. Brecht, adp. P. Barja)

(...) Estou entre o povo,
e explico como o enganam,
e predigo o que está para vir,
pois sei de seus planos.
Desmonto a balança da sua justiça
e mostro os pesos falsos.
Os espiões informam
de que estou com os humildes e oprimidos
preparando a (re)volta.
Advertiram-me, tiraram-me
o que ganhei com meu trabalho honesto.
Como não me "corrigi",
perseguiram-me,
e como acharam em minha casa
escritos revelando 
seus planos contra o povo,
condenaram-me à detenção
acusando-me de ter ideias subversivas, ou seja,
de pensar como os de baixo.
Onde quer que eu vá, estou marcado a fogo para os ricos,
mas os que nada possuem
lêem a ordem de prisão
e me dão refúgio.
Dizem:
- A você, eles perseguem por boas razões.

PAPEL DE JORNAL OU PAPELÃO? A Operação Midiática da Desocupação do Pinheirinho pelo Jornal “O Vale” (link para trabalho completo)

   A história recente de São José dos Campos é marcada pela desocupação do Pinheirinho, bairro irregular formado na Zona Sul da cidade que contava com aproximadamente 8000 moradores em 2012. A desocupação, no início de 2012, empregou mais de 2000 policiais militares e gerou polêmica na imprensa e na opinião pública. O presente trabalho analisa o tratamento dispensado pelo jornal local (“O Vale”) ao Pinheirinho, nos meses que antecederam a desocupação. Foram selecionadas matérias respeitando os critérios: i) área publicada igual ou superior a um terço da área impressa da página; e ii) presença de fotos na matéria. Os critérios levaram à seleção de três artigos, datados de agosto de 2011, outubro de 2011 e janeiro de 2012. A análise das matérias evidencia uma operação midiática de desocupação, iniciada antes da retirada dos moradores.
   Para o artigo completo publicado nos anais do InterCom Sudeste (jun/2017), clique AQUI.

O DISCURSO FEMININO NO RAP: Garotas que não são de Ipanema (link para artigo completo)


   A música popular é um canal de manifestação popular, propício à expressão de pontos de vista a respeito de diferentes aspectos da sociedade. Neste contexto, na periferia dos centros urbanos brasileiros, predominam dois estilos musicais que carregam em si dois discursos fundamentalmente opostos no que tange às questões de gênero: o funk e o rap. Este trabalho propõe uma reflexão sobre o discurso de gênero nas letras do rap feminino de São José dos Campos. Após pesquisa de letras de música interpretadas por mulheres rappers, selecionou-se aquelas consideradas mais significativas para uma avaliação que se propõe comparativa: cada rap é analisado junto a uma canção tradicional brasileira. Observa-se que o rap feminino se contrapõe ao machismo ainda presente na sociedade e, por extensão, na música popular brasileira. As rappers desempenham assim um papel importante, e a presença deste rap em eventos da periferia permite a expressão feminista pela via da comunicação popular e alternativa, ganhando espaço nas ruas e também na internet.
   Contextualizando o problema - Em seu clássico texto A Identidade Cultural na Pós-Modernidade, Stuart Hall (2014) cita uma série de grandes avanços sociais ocorridos no que chama de modernidade tardia (período que situa na segunda metade do século passado); trata-se, a bem dizer, de rupturas de discursos predominantes até então. Nesse texto, Hall destaca o feminismo como movimento social impactante, capaz de politizar a própria formação identitária, a partir do reconhecimento das questões de gênero como políticas. Desde que despontou o feminismo, décadas já se passaram; pode-se afirmar, no entanto, que ainda hoje o movimento é não apenas atuante como necessário, haja vista a disparidade de tratamento entre homens e mulheres em diferentes setores da sociedade, bem como a frequência com que se relatam atos de violência cometidos especificamente contra mulheres.

obs.: Trabalho apresentado no GT Comunicação Popular e Alternativa do PENSACOM BRASIL 2016.  Para ler o artigo completo, clique AQUI.

A OCUPAÇÃO DAS ESCOLAS ESTADUAIS PAULISTAS: o discurso estudantil contra a reorganização avaliado a partir da produção de um cordel coletivo (link para artigo completo)

Segue link para o trabalho originalmente apresentado no COLE 2016 e publicado sob a forma de artigo na revista Linha Mestra (dez/2016) :


13 de julho de 2017

A Revista VEJA e seus seguidos tiros no pé (a pressa é "iminiga"...)

     Na divulgação da sentença proferida ontem por um juiz de Curitiba contra Lula, um detalhe é revelador de possíveis "ligações perigosas". Até onde sabemos, a primeira postagem de veículo midiático sobre a sentença foi divulgada pela Veja, ainda antes das 14h (a partir das 14h, a notícia multiplicou-se em diversos sítios de notícias). 
     A imagem abaixo (compartilhada ao longo do dia em redes sociais) mostra, porém, que a pressa pode ser inimiga da perfeição - e revela ainda mais:



     Quem trabalha (ou tem contato) com o meio jornalístico sabe que é comum a preparação de versões prévias de notícias, que ficam (ou deveriam ficar) aguardando confirmação e detalhamento de informações para publicação em seguida. No entanto, a "ansiedade vejística" foi tamanha que a matéria saiu com um "XX" no lugar da informação!
     Fica no ar a pergunta: será que houve informação privilegiada (ainda que incompleta)? Ou este foi só mais um exemplo do desleixo e/ou mau jornalismo dessa revista-boa-pra-fazer-papel-machê?
P.R.Barja