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29 de abril de 2015

Matemática - na Aula e na Vida

Prezados,

como educador, eis alguns pontos que considero importantes:

1) Na maioria dos problemas propostos em Matemática ou Estatística, ao contrário do que alguns pensam, o mais importante não é simplesmente “fazer contas”. Precisamos avaliar criticamente o resultado das contas. Que significa isso? Temos que prestar atenção para ver se o resultado é minimamente consistente com o bom senso. 
Observem este exemplo: “20 alunos responderam uma prova, obtendo as seguintes notas: ............ – A partir destes resultados, calcule a média da turma”. Neste caso, observando-se que as notas variaram de 0 a 10, não é possível aceitar como resultado uma resposta do tipo “65”. NÃO adianta o aluno dizer que esqueceu a vírgula; na verdade, faltou analisar o resultado.
Outro exemplo: é dada uma lista dos números de calçados e, perguntado o valor médio, alguém responde “3,7”. Isso não é número de calçado, gente!
(Não no Brasil, pelo menos).

2) É essencial saber redigir a resposta. NÃO adianta dizer: “ah, prof, a conta está aí, tá óbvio que é o resultado, a gente não tá aqui pra ficar escrevendo” – muito pelo contrário: em algum momento da vida, todos nós teremos que apresentar algum resultado – seja em relatório, seja em palestra, seminário ou mesmo bate papo. E, claro, espera-se que as frases sejam bem redigidas, sem erro de concordância por exemplo.

3) Finalmente: é importante estar pronto a justificar e analisar uma resposta numérica. Não basta dizer “olha, a conta deu esse valor aí”. Se o salário médio nos classificados de um jornal vale “R$1000” e o aluguel médio nos classificados do mesmo jornal vale “R$800”, temos que discutir o grave risco de que pessoas deixem de comer para pagar aluguel. 
E, a partir desta constatação, talvez devamos fazer algo a respeito, não?

Só para encerrar: viva Boal, viva Freire! Saudações,

Paulo Barja

1 de agosto de 2014

O Método do Grande Irmão


Agosto - mês de cachorro louco, dizem alguns  -se aproxima. E eis que a CCR Nova Dutra adota o método 1984: anuncia o aumento dos pedágios... SEM utilizar a palavra “aumento”! Nem sequer o termo “reajuste” é mencionado.
O informativo (fartamente) distribuído aos motoristas (em cada um dos muitos pedágios da Via Dutra) diz apenas que “passam a vigorar novas tarifas de pedágio da Rodovia Presidente Dutra”. Lança, em seguida, um singelo convite à população:
“Conheça os valores das tarifas: ...”
Imagino que os próximos comunicados sobre aumento no valor do pedágio falarão de “redução com sinal trocado”. Num estágio mais avançado de desfaçatez, talvez cheguem a festejar a “ótima notícia: valores mais adequados para o pedágio”!
Não é novidade: na sociedade descrita por George Orwell no livro 1984 (escrito em 1948), simplesmente altera-se o registro do passado, para cercear qualquer possibilidade de análise crítica. Deste modo, por exemplo, um aumento de R$2,50 para R$2,70 pode ser anunciado como:
“Ótima notícia! Alteração do pedágio para o valor reduzido de R$2,70”
As pessoas, nesse caso, seriam levadas a crer que houve um decréscimo em vez de um aumento, pois o valor antigo seria alterado em todos os registros para parecer que houve uma queda, digamos, de R$3 (valor fictício) para "apenas R$2,70".
Estejamos atentos.
31/julho/2014