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28 de setembro de 2017

AMOR, SEMPRE


mesmo para quem me odeia
eu tento mandar amor.
Isso não é ser do contra:
na boa, é ser "a favor"

a favor do entendimento
a única solução
para que esse planetinha
não sofra destruição

Coreias e Norteaméricas
acham que é tudo na briga
porém a revolução
não é feita com intriga

é na base dos encontros
não tô falando de sexo
digo só que nesse mundo
há côncavo e há convexo

quem vai salvar esse mundo
é a porra do afeto, mano
café com prosa da boa
pra desfazer todo engano

é reconhecer beleza
venha de onde vier
não precisa botar cerca
nem cheirar um pó qualquer

tem gente boa no mundo
isso sempre me impulsiona
e a conclusão é só uma:
AFETO REVOLUCIONA
P.R.Barja

17 de maio de 2013

Os verdadeiros heróis também se divertem


“Nas fuças do falso moralismo analgésico do mundo contemporâneo, erigiremos uma galeria com os bustos de nossos antepassados, heróis que mantiveram viva a luta contra a má consciência, mas que também souberam se divertir: um genial banco de genes, uma categoria rara e difícil de se definir, grandes mentes não apenas para a Verdade, mas para a verdade do Prazer, sérios mas não sóbrios, cuja disposição ensolarada não os tornou indolentes, mas aguçados. Brilhantes, mas não atormentados.”

- Hakim Bey, no apêndice B de Zona Autônoma Temporária

18 de setembro de 2012

O verdadeiro revolucionário

(para Wallace Puosso. e para todos os Libertários)

Jovem, ele é "descoberto" e louvado pelo posicionamento político. Acaba recebendo até um prêmio pela atitude de engajamento.
Aí, surpreende:
"NÃO sou revolucionário, sou um cara que gosta de canções. Respeitem isso!"
Então ele é chamado de trovador:
"NÃO, não, minha origem é o blues, que sempre foi a música dos oprimidos."
Aí ele passa a ser louvado pelas apresentações violão-gaita-e-voz.
Organiza um show enorme e, bem no meio da apresentação, convoca uma super banda de rock pra tocar com ele.
Definitivamente, esse É o cara.
VIVA BOB DYLAN!
P.R.Barja

12 de abril de 2012

Sobre o fazer artístico atual

(para Jair Alves e os Macunaímicos, com um abraço)

   Acompanhando debates recentes e importantes no Portal Macunaíma, atrevo-me a fazer aqui uma breve lista do que considero fundamental pra gente que trabalha com arte:
1) Respeito ao público (antes, durante e após o espetáculo);
2) Estar aberto a sugestões (generosidade no falar e no ouvir);
3) Tentar exercitar pensamento-e-prática que possam ir além das (surradas) dicotomias: “erudito x popular”, “palco x rua” etc. Há o que apreender (e aprender, mesmo) nos diversos campos.
   Exemplifico: como escritor de cordel, busco aprender e apreender tanto com a mordacidade de um Leandro Gomes de Barros quanto com o lirismo de um Drummond. Não contraponho um a outro, nem me interesso muito em calcular um eventual “índice de revolução” na obra de cada um deles.
   Por sinal, preparem-se para um “choque de realidade”. Prontos? Aqui vai: Michel Teló (Ai, se eu te pego... te quebro a cara) já entrou na parada de sucessos dos States! Azar dos americanos: é o contra-ataque da mediocridade brazuca.
   Por que trago isto aqui? Porque este fato da vida real, por incrível que pareça, aponta um possível caminho para nós:

Busquemos uma Revolução da Qualidade!

   Vamos levar sonetos e música medieval para as nossas feiras, e cordel para os colégios e universidades! A qualidade será nossa bandeira.
   Sejamos intransigentes no respeito à vida e à arte. Viva a Revolução...

27 de agosto de 2011

Diário de um processo (9) - Teatro-cordel

   (...)

   Na Mostra Urbana de Teatro do Espaço Cultural Flávio Craveiro, foram experimentadas diversas mudanças em relação à estreia:
i) As notícias/dados do IBGE passaram para o início da apresentação (antes ficavam no encerramento);
ii) Escrevi mais um trecho de narrativa em cordel para a parte final da apresentação, falando da viagem que muitos fizeram para "o Sul" (aí compreendidos todos os Estados que ficam "ao Sul do Nordeste");
iii) Para trabalhar a naturalidade da narrativa, sugerimos às moças a realização de atividades ligadas à vida no campo, durante a narração. Mari e Sílvia propuseram trabalhar com milho e mandioca (culturas muito significativas no sertão);

   A recepção foi boa, dizem (pena que não pude estar presente, por conta da cirurgia). Mas, claro: de lá pra cá, várias outras ideias vieram ganhando corpo...


   O grupo gostou da ideia de manter a performance "A Seca da Alma" no repertório, para apresentações curtas, enquanto continuamos os estudos para a criação de uma peça teatral mais longa, onde poderemos aprofundar a abordagem dos temas de interesse - história do Brasil (a que não aparece nos livros), migração e preconceito, entre outros.
   Na sequência dos estudos, bom deixar registrada a relevância dos papos com Antonio Carlos Guimarães, sociólogo e professor da Univap, abordando temas como as diferentes visões da História do Brasil. Um exemplo particularmente relevante para a gente é o da Revolução de 1932, que (falando muito simplificadamente aqui) em São Paulo é muitas vezes apresentada como uma revolução “libertária”, contra ditadura e coronelismos. Enquanto isso, a visão nordestina sobre o mesmo fato histórico é bastante diferente: o movimento paulista é visto como um movimento que visa a retomada dos privilégios da oligarquia paulista, sempre aferrada ao poder. Sobre esse tema específico, encontramos um pequeno tesouro no livro “História do Brasil em Cordel”, de Mark Currain (EDUSP, 2001). O livro é interessante por ter sido escrito por um historiador norte-americano, que por sua origem está naturalmente desvinculado de uma eventual visão “nortista” ou “sulista” do Brasil (escrevo assim lembrando que os próprios brasileiros adotaram por muito tempo essa divisão simplista Norte/Sul, incluindo todo o Nordeste no primeiro e todo o Sudeste no segundo).

(continua)