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19 de maio de 2020

Um Simples Galpão (sobre o Galpão Estação Cidadania)


daqui a 80 anos
nas ruínas de São José
ninguém saberá daquela via
tragada pelo rio
nem daquela outra
em desuso, abandonada
disso tudo
 afinal
  restará
   quase nada
e quem se lembrará
daquela (in)vencível ponte
que tanto enfeiava o horizonte?

mas o rio
tenho esperança
será testemunha
viva

daqui a 80 anos
alguém achará estranho
encontrar as fundações
do projeto equivocado
que começou
a ser erguido
do lado errado

bem perto dali
a árvore mais antiga
ainda oferecerá
sombra amiga

daqui a 80 anos
quem se lembrará
do pleito que elegeu
um bando de vereador
e um (in)certo prefeito...
qual o nome do sujeito?
tento lembrar
não há jeito
- bem feito.

mas haverá
ainda e sempre
o som de uma flauta
e sua melodia incauta
que fará renascer eterna dança
nos pés espevitados de criança
haverá
ainda e sempre
um sorriso bordado em cores vivas
a força da mais bela narrativa

e cada um de nós
que por lá tiver passado
já terá deixado aos filhos
e aos filhos dos filhos
o caminho dos trilhos
a arte como oração
a artesania
daquele simples Galpão
Estação
Cidadania

(Paulo Roxo Barja, para todos os artistas do eterno Galpão Estação Cidadania)













Todas essas fotos ilustram apenas alguns dos tantos momentos de Cultura e Arte proporcionados pelos atuantes artistas e parceiros do Galpão Estação Cidadania - que foi desocupado à força e destruído pelo poder público apenas fisicamente, mas permanece em nós como símbolo de espaço livre para o exercício da cidadania plena.
Saibamos seguir em frente nessa trilha, sempre!

17 de maio de 2013

Os verdadeiros heróis também se divertem


“Nas fuças do falso moralismo analgésico do mundo contemporâneo, erigiremos uma galeria com os bustos de nossos antepassados, heróis que mantiveram viva a luta contra a má consciência, mas que também souberam se divertir: um genial banco de genes, uma categoria rara e difícil de se definir, grandes mentes não apenas para a Verdade, mas para a verdade do Prazer, sérios mas não sóbrios, cuja disposição ensolarada não os tornou indolentes, mas aguçados. Brilhantes, mas não atormentados.”

- Hakim Bey, no apêndice B de Zona Autônoma Temporária