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6 de abril de 2018

NÃO HÁ PRISÃO QUE NOS CALE


muitos falam de Jesus
- ele arrastou sua cruz.
os pregos vieram depois.
qual o crime cometido?

prenderam o nobre Gandhi:
não havia crime algum.
o tiro veio depois.
Mahatma vive em nós.

tentaram calar Mandela.
foi preso por tantos anos
que a luta se fortaleceu
- o apartheid foi acabando.

prenderam, sim, Luther King.
o tiro veio depois.
o rifle serviu apenas
para eternizar sua voz.

o governo americano
pediu a expulsão de Lennon.
o tiro veio depois.
mas quem canta? escute: é John...

há muita coisa que os une
além de morte e prisão:
justiça, amor, liberdade,
e a luta contra a opressão.

vivemos, neste momento,
tempos de grande injustiça.
saberemos revidar
com arte, mesmo sem rima.

"você pode até dizer
 que sou só um sonhador"
- eles sonharam também,
  buscando um mundo melhor.

medo? não. nunca. jamais!
os injustos é que t(r)emam
pois o amanhã nos acena.
a eternidade também.

(Paulo Roxo Barja)

15 de dezembro de 2017

PensaCom 2017 - 2 trabalhos da Univap

   Nesta terça (12/12), estivemos em São Paulo para participar do PensaCom 2017. Reforcei a impressão que tive em 2016 do PensaCom: trata-se de um dos mais interessantes eventos nacionais na área de Comunicação. É particularmente interessante por ser um evento pequeno, concentrado; assim, não há aquela dispersão característica dos "grandes eventos". A sede (o Centro de Pesquisa e Formação do SESC - SP) é excelente, e o evento é gratuito, o que democratiza o acesso aos estudantes.
   Participamos do evento este ano com dois trabalhos:




Ana Leite, aluna - e pesquisadora


Apresentando um primeiro trabalho agregando Modelamento Matemático e Comunicação:
análise temporal da enquete promovida pela Veja sobre o ex-presidente Lula

Quem disse que não pode ter Matemática na pesquisa em Comunicação?
Aqui, mostramos que os simpatizantes de Lula são mais rápidos no voto do que seus opositores.

Com Claudia Lemes - parceria produtiva

   Versões completas destes 2 trabalhos serão enviadas para publicação nos anais do PensaCom. Até 2018!

21 de julho de 2017

PERSEGUIDO POR BOAS RAZÕES (B.Brecht, adp. Paulo Barja)

A propósito da recente perseguição política movida por um juiz de primeira instância contra um presidente, lembrei de um poema de Brecht cuja parte final segue abaixo em adaptação minha:

PERSEGUIDO POR BOAS RAZÕES 
(B. Brecht, adp. P. Barja)

(...) Estou entre o povo,
e explico como o enganam,
e predigo o que está para vir,
pois sei de seus planos.
Desmonto a balança da sua justiça
e mostro os pesos falsos.
Os espiões informam
de que estou com os humildes e oprimidos
preparando a (re)volta.
Advertiram-me, tiraram-me
o que ganhei com meu trabalho honesto.
Como não me "corrigi",
perseguiram-me,
e como acharam em minha casa
escritos revelando 
seus planos contra o povo,
condenaram-me à detenção
acusando-me de ter ideias subversivas, ou seja,
de pensar como os de baixo.
Onde quer que eu vá, estou marcado a fogo para os ricos,
mas os que nada possuem
lêem a ordem de prisão
e me dão refúgio.
Dizem:
- A você, eles perseguem por boas razões.

13 de julho de 2017

O Tema da Vez (e mais uma sextilha da série Cordel-Notícia, 12/07/17)

     No futebol também é assim: em alguns jogos, a estratégia adotada por uma das duas equipes (ou mesmo o estilo desenvolvido por ambas) praticamente conduz o jogo a um determinado resultado final. Ainda que o placar varie, valem máximas como "quem joga para empatar acaba perdendo" e outras, vivas na sabedoria popular. 
     No que se refere ao julgamento do ex-presidente Lula pelo juiz de primeira instância em Curitiba, as duas partes sabiam desde o início que a condenação (por um triplex no Guarujá que nunca foi de Lula) já estava escrita, determinada, ainda que nunca se tenha obtido prova alguma de crime algum. É grave, gravíssimo - mas não chega a surpreender. No entanto, confesso que me equivoquei quanto a cronologia do jogo: imaginei que a "condenação sem provas" sairia pouco antes da votação das alterações da CLT, para tirar a atenção deste que seria o real e imediato problema para a maior parte da população brasileira. Na verdade, ocorreu o contrário: como o (des)governo demonstrou ter maioria para aprovar as reformas, a preocupação (imagino) passou a ser como evitar uma eventual reação intempestiva nas ruas contra a perda de direitos do trabalhador.
     Uma coisa, porém, é certa: independentemente da posição ideológica (contra ou a favor das reformas, contra ou a favor de Lula), está claro para todos que a aprovação destas reformas e o nome de Lula (como líder nas pesquisas para a sucessão presidencial) são dois lados da mesma moeda. Por uma razão bastante simples: Lula é visto por uns e outros como o grande (e talvez único) candidato capaz de reverter as reformas, voltando a salvaguardar o trabalhador. Isto, aliás, não seria bondade alguma: o respeito à própria biografia de Lula assim o exige. 
     Segue o jogo...
*          *          *

Também serei preso, sim:
o triplex nunca foi meu;
o helicóptero do pó
também nunca me valeu
e maleta de dinheiro
nunca recebi... Fodeu!

*          *          *

     Uma das coisas mais importantes que aprendi na carreira acadêmica foi o valor da concisão. Por escrito ou oralmente, quem "enrola" muito na defesa de sua tese demonstra insegurança e/ou tenta disfarçar falhas utilizando verborragia.
     A sentença de Moro contra Lula tem 218 páginas.
     É autoexplicativo.
P.R.Barja