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27 de janeiro de 2019

Aos que ainda insistem em culpar um partido político por tudo

   Recebi por redes sociais (onde mais?) pseudoargumentos que tentam atribuir a um dado partido político a culpa pelo segundo crime ambiental (contra a humanidade) verificado neste 25/01/2019, em MG.
   Segue o que penso: a simples expressão "fundos de empresas estatais controlados pelo PT" é tão ficcional quanto "fundos controlados por gnomos" ou "fundos controlados por tucanos". É o tipo de falácia que não colabora em nada para esclarecer o ocorrido.
   Depois, considero insano "comprar" a ideia generalista de que "tudo isso se deve a uma quadrilha petista que inclui reitores" bla bla bla. Além de ser de um binarismo primitivista nível Bolsonaro (todos aqui podemos ir além disso, por favor), pergunto:
- Alguém aqui conhece algum "reitor petista"? Envolvido em relatórios ambientais  fraudulentos, pra completar?
   Não sou filiado a partido político algum - nunca achei um que merecesse minha confiança total, mas respeito quem seja filiado a qual sigla for. Mas já passou muito da hora de entender que PRECISAMOS (todos) tomar partido diante da questão REAL. Alguém aqui defende:
- Lucro acima de tudo?
- Uma empresa acima de todos?
   Trata-se, como há 200 anos, da (eterna) guerra de classes.  O nome do bicho é "capitalismo", e, para este sistema, desemprego e morte são consequências inevitáveis dos processos de maximização de lucros (um estudante na Cantina da Unicamp sabe explicar isso).
   Ah, sim: não nos esqueçamos de que TODA corrupção é privada. Absurdo? Não, obviedade: todo diretor de empresa, gerente, chefe de obra, capitão reformado ou deputado que desvia verba ou contrata milícia o faz em benefício pessoal, privado, particular. Desafio algum ser humano a apresentar uma única prova em contrário.
   Portanto, privatizar "apenas" acirra os ânimos e gera dividendos aqui e ali, mas jamais reduziu mortes, por exemplo.
   Tudo se trata de refletir: o que é mesmo que escolhemos para colocar acima de tudo e todos? O nome "Brasil" para mim não vale a morte de um único cidadão brasileiro. E ontem morremos muitas vezes, pois morreram muitos.