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27 de agosto de 2018

A TV e o recorte da realidade (apenas mais um exemplo)

     Almoço num restaurante self service do centro da cidade. Como em quase todo estabelecimento do tipo, há uma TV que fica ligada e, na hora do almoço, transmite um noticiário local.
     Num certo momento do noticiário, surge o velho truque: a tradicional matéria emotiva sobre uma pessoa da comunidade (normalmente criança ou idoso) que conseguiu uma vitória pessoal, uma conquista importante. Nem é preciso ver toda a reportagem para entender a motivação: manter motivados, dóceis e "operantes" os oprimidos (que veem o jornal nos self services do centro da cidade).
     Na matéria de hoje, conta-se a história do "seu Durval", que se aposentou pela EMBRAER e virou, vejam que lindo, um artista: pinta quadros sobre a natureza, com flores e pássaros sempre bem coloridos. "Seu Durval" explica que somente depois da aposentadoria conseguiu se dedicar a esta sua paixão, e agora faz exposições de suas obras em cidades da região.
     Os quadros são bem bonitos. O tom da matéria é de felicidade serena.

     Mas...

     O que o jornal teria a obrigação de mostrar (e que, no entanto, ficou bem escondido):
     i) Com a Reforma da Previdência (que o governo insiste em impor e a mídia é bem paga para apoiar), não haverá mais aposentados podendo dedicar-se à pintura, pois as pessoas agora terão que "trabalhar até morrer" (literalmente, na maioria dos casos);
     ii) Com a privatização da companhia em questão, muito em breve não haverá nem mesmo novos "Durvais" trabalhando, pois tudo sinaliza para a internacionalização da produção, com desemprego em massa de brasileiros.

     Essas coisas não são ditas, pois turvariam a tela, estragando a felicidade serena imposta pela TV.

Paulo Barja

1 de março de 2018

MÍDIA - PADRÕES DE MANIPULAÇÃO (3)

AULA RÁPIDA DE INTERPRETAÇÃO
DE NARRATIVA MIDIÁTICA PÓS-GOLPE
(a partir de apontamentos de Perseu Abramo)

Quando um jornalão afirma, em manchetes com letras garrafais, que 
"Recuperação chega a mais de 60% dos setores da indústria", está na verdade escondendo DUAS coisas:

1) A crise atual bateu forte em 38% dos setores industriais, que estão encolhendo.
Isso NÃO PODE (ou não deveria) ser motivo de comemoração, e sim de preocupação.

2) A tal "recuperação" não significa, no entanto, expansão nem contratação de funcionários (...). Durante a crise, a empresa [...] reduziu a equipe pela metade, para 40 pessoas.

Detalhe: este segundo trecho, eloquente, aparece isoladamente, "perdido" no meio da própria matéria do jornalão. Sim, aquela mesma que comemorava "recuperação".

Entenderam por que escrevemos entre aspas?

27 de janeiro de 2018

MÍDIA - PADRÕES DE MANIPULAÇÃO (2)


PERSONALIZAR, QUANDO É PARA VALORIZAR;
ESCONDER, QUANDO É PARA EVITAR DESGASTE

Esse truque é manjado: personaliza-se a notícia para valorizar o sujeito (Carmen Lúcia) quando cumpre as medidas exigidas por essa mídia; no entanto, esconde-se o sujeito atrás de siglas quando se deseja preservar o mesmo de eventual desgaste com ação que mostre impunidade (ou qualquer outro gesto compreendido como "condenável pelo público")

3 de janeiro de 2018

MÍDIA - PADRÕES DE MANIPULAÇÃO (1)

Título de matéria publicada na primeira edição de 2018 do jornal "A Tribuna" (Santos, SP)



SE A AFIRMAÇÃO NÃO ENCONTRA RESPALDO NO PÚBLICO, A CULPA É DO LEITOR?

     A manchete do jornal santista sugere que a Economia melhorou, MAS as classes C e D não tiveram o bom senso de "perceber" ou "sentir" esta melhora. Ao longo do texto, arrisca-se até a hipótese criminosa: as pessoas estariam impressionadas por questões ligadas ao desemprego (e/ou subemprego) e isso estaria atrapalhando a compreensão do momento atual da economia.
     Ei! Desde quando se pode falar em melhora da economia com alta do desemprego? Para QUEM, afinal, a economia estaria melhorando, a não ser para os opressores de sempre? O erro não está na percepção das classes C e D, claro.

17 de outubro de 2014

Padrão de manipulação - exemplo real

Manchete mágica da TV Globo: 
"Criação de empregos registra queda"
EPA:
905 MIL vagas foram criadas em 2014 no Brasil! 
Em 2013 a criação havia sido um pouco maior. 
Daí a Globo enfatiza a palavra QUEDA numa manchete sobre o AUMENTO do número de empregos. 

Padrão de manipulação à vista...!