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10 de junho de 2015

UM RESGATE JUSTO - e necessário


     Como cristão, fiquei sinceramente comovido ao ver a belíssima foto que reproduzo abaixo. A verdade é que, após muitas apropriações da crucificação (principalmente em capas de revistas da grande mídia), finalmente pudemos ver uma imagem que resgata o poder e a força da crucificação de Cristo. 
     Sei que algumas pessoas podem questionar o que considero "resgate justo" da força original da cruz como símbolo cristão. Por que digo isso? Porque Cristo nunca foi personagem de igreja-butique (entrem numa igreja hoje e perguntem onde fica a lojinha, vocês provavelmente encontrarão modelos de cruz de todos os tamanhos e preços). Ao contrário: Jesus foi perseguido, assim como seus seguidores. Viveu à margem da sociedade da época, sendo portanto um "marginal", no sentido estrito do termo. Foi também um "subversivo", para usar um termo que a turma do Bolsonaro adora aplicar (em geral, para as pessoas erradas) ao defender aqueles que não tinham defesa. Observem: nada disso aparece nas capas da Veja e da Placar, quando se utilizaram da cruz. 
     Por fim, ver alguém na cruz inevitavelmente desperta em nós (em mim, pelo menos) piedade, compadecimento... Empatia: "é uma pessoa comum ali, poderia ser você ou seu filho". 
     Viviany Beleboni: obrigado por renovar em mim a fé cristã, nesse mundo tão cheio de gente que ostenta arrogância e intolerância incompatíveis com a fé que dizem professar. 
     Só para lembrar: na mesma semana, o grande Zé Celso teve que se defender num processo movido contra ele por um religioso que se disse ofendido com uma representação ocorrida na PUC, em 2012. Pois bem. Como cristão, digo: VIVA VIVIANY! VIVA ZÉ CELSO!


(Foto: João Castellano, Agência Reuters)

2 de maio de 2015

RESPOSTA DE UM PROFESSOR à fala do senador (Cordel Joseense 56)

Brasília, 2015:
numa sessão do Senado
o “nobre” senador Serra
(há pouco tempo empossado)
produziu, ao microfone,
um discurso equivocado:

Foi se queixar, no plenário,
das horas-atividade
pagas para os professores
e bem justas, na verdade.
Professor trabalha muito:
negar isso é vã maldade!

No discurso, o senador
usou um termo insolente:
disse que os mestres ganhavam
só para “supostamente”
preparar as próprias aulas...
Senador, seja decente!

(faço aqui breve parênteses:
para estes versos fazer,
antes corrigi 100 provas,
pois esse era meu dever,
e fui depois, na internet,
o diário preencher)

O senador criticava
(falta alça em sua mala)
que o professor recebesse
40 horas... sua fala:
“10 horas-atividade,
SÓ 30 horas na sala!”

Porém, depois do discurso,
nenhum jornal registrou
a bronca que o senador
de professores levou;
uso então estas sextilhas
pra mostrar nosso valor.

“Prezado Senador Serra:
o senhor não foi eleito
pra bater em professor
nem negar nosso direito.
Mas, se quiser discutir,
sou professor: eu aceito.

Por sinal, sei que o senhor
também é nosso colega:
sei dos vídeos no YouTube
- quem correr ainda pega -
de aulas suas em campanha...
O senhor sabe e não nega.

Não vou questionar as aulas
nem os seus erros de conta,
pois o senhor, pelo visto,
nenhum erro em mim aponta.
O debate é sempre bom,
nunca é uma coisa tonta. 

O senhor falou de "custo":
professor tem custo, sim!
Senador também tem custo:
o senhor acha ruim?
Vamos debater agora
isso, tintim por tintim.

Neste primeiro bimestre,
corrigi (e ainda bem!)
trezentas e tantas provas
sem dever nada a ninguém.
Aulas? Posso assegurar
que dei muito mais de cem.

O senhor não se preocupe:
Não ache que é tão difícil...
Corrigi mais de trezentas
e dez listas de exercício.
Sei que, pro senhor também,
trabalhar é um doce vício...

De quantas sessões ao todo
o senhor participou
nessas últimas semanas,
no bimestre que passou?
E os projetos sociais,
afinal, quantos votou?

Na trilha do seu discurso,
não cabe fazer piadas:
precisamos discutir
as "horas não trabalhadas"
também aí no Congresso
- são verdades mal faladas...

Que tal se a gente parasse
de pagar os senadores
pelas promessas que fazem
sob a luz dos refletores
e a tal “meritocracia”
fosse aplicada aos senhores?

E, para não perder tempo,
eu também pergunto, então:
por que o senhor defendeu
essa terceirização
que ao nosso trabalho honesto
gera precarização?

Eu já estou até achando
que a tal terceirização
veio de outro senador
que em segundo turno NÃO
se elegeu e, num terceiro,
sonha ganhar a eleição...!

Quem já comprou prédio inteiro
conhece dinheiro vivo...
Senador: na Educação,
não diga “custo excessivo”
pois o preço da ignorância
é mais alto e permissivo.

Talvez mesmo os professores
ganhar melhor já pudessem,
se os senadores ganhassem
realmente o que merecem
e bem menos assessores
os políticos tivessem.

Deixo aqui no meu cordel
a modesta sugestão:
que descontem do salário
do “Senador-da-nação”
as horas-atividade
que trabalhadas não são.

P rezadíssimo político:
R espeito é muito importante.
B asta treinar; é possível
A vançar nisso bastante.
R esta só falar bem menos,
J ogando fora os venenos:
A gradeço nesse instante!
Paulo R. Barja

21 de março de 2015

28 de dezembro de 2014

SOLIDARIEDADE - com ou sem foto

A história é tristemente real: uma moça começa um relacionamento com um sujeito e, poucas semanas depois, é covardemente agredida pelo imbecil (perdão, não achei outra palavra). O que fazer? Segundo a maioria das pessoas, o melhor é ir imediatamente à delegacia e fazer um Boletim de Ocorrência. Porém, ainda antes de seguir o conselho dos amigos, ela decide denunciar o agressor em rede social.

Perguntam-me: por que ela faz isso? Sinceramente, não acho que a pergunta seja relevante diante da gravidade do fato. A meu ver, a pergunta correta é bem outra: o que leva um homem a cometer tamanho ato de covardia? De todo modo, vejo uma razão bem simples para a publicação da moça. Imagino que ela tenha desejado deixar um alerta, o mais claro e público possível, para fazer com que pessoas próximas de um e/ou de outro fiquem cientes do potencial de agressão, do caráter violento do sujeito que cometeu o gesto absurdo. Enfim, o que sei é que a moça posta uma foto de seu próprio rosto – provando assim a agressão que acaba de sofrer – e junta a isso um texto curto em que fornece o nome do agressor.

Para nossa tristeza, surgem em cena os relativistas, dizendo coisas como “será que ela não fez nada antes?” Outros argumentam que não é possível ter certeza de que o acusado foi realmente o agressor. Ok, apure-se tudo: de acordo. Porém, considero inadmissível que se parta para a inversão dos fatos, com a culpabilização... da vítima. Absurdo! Há quem chegue a comparar o caso a “mais um reality show”. A pessoa agredida chega a ser chamada de exibicionista porque teve a coragem de mostrar o que aconteceu. Que mundo é esse? Nessas horas, faço um baita esforço para respeitar o direito de cada um falar (e escrever) o que quiser. No entanto, sinto-me na obrigação de dizer (e gostaria que fosse em alto e bom som) que precisamos parar de encarar violência real como cena de reality show!

É necessário que as pessoas se conscientizem do seguinte: as agressões contra mulheres nesse país vêm de muito longe e continuam até hoje. Curiosamente, estas agressões reais e cotidianas não aparecem nos tais shows de (falsa) realidade. Aquilo lá nos programas de TV não é reality, meus caros: são “autênticas histórias falsas”, como diz um espanhol que conheci anos atrás.

Dizem alguns que “rede social não é pra isso”. Seria então para que? Só pra exibir foto bonitinha de festa? Questionamento não pode? Denúncias são proibidas? Por quem? De minha parte, todo respeito ao uso de toda e qualquer rede social como local de manifestação de cidadania sim.

Triste país o nosso. Uma mulher foi agredida e conseguiu fotografar e denunciar a agressão antes mesmo de fazer o BO, ponto. Não vou condenar isso! Por sinal, uma perguntinha básica: quantos Boletins de Ocorrência cada um de nós já leu hoje? E quantas imagens já viu, no mesmo período? Pensem nisso.

Chamo atenção para o fato de que não estamos aqui julgando fotos. A questão é que precisamos debater e combater a violência. Também precisamos combater o preconceito no julgamento que se faz de quem é vitimado pela violência nesse país. São mulheres. São, também, negros, orientais, latinos, nordestinos. Somos nós os agredidos, percebem?

Nenhum de nós precisa ser parente ou amigo pessoal de uma pessoa agredida para sentir o impulso da solidariedade, de querer se mostrar pronto a ajudar. A partir de certas reações lidas hoje, sinto despertar em mim uma profunda verdade, mais material do que qualquer foto. Aqui vai ela: nada pode desencantar mais o ser humano do que a falta de solidariedade.

Isso aqui é só minha opinião pessoal. Mas, em pleno século XXI, este começa a ser um pais onde os agredidos não se calam. Não mais. E, como ninguém é uma ilha, uma agressão a uma pessoa – qualquer pessoa – é uma agressão, também, a mim.

P.R.Barja

5 de setembro de 2013

Soneto Manifesto



A vida humana vale bem menos que os tais
20 centavos: triste, mas é o que presumo,
pois não se vê ninguém agir contra o consumo
dos agrotóxicos, venenos e outros mais.

Aqui protesto contra danos ambientais:
as empreiteiras querem terra limpa e plana,
derrubam árvores demais, toda semana,
reviram leitos de rios, matam animais...

Também protesto (sempre!) contra o preconceito
que assola o mundo, com reflexos no país.
Acho que existem, sim - ainda - dois Brasis:

Um é o daqueles que só dizem "não tem jeito!";
outro é o nosso e pode até ser bem bacana.
Meu manifesto é em favor da VIDA HUMANA.

P.R.Barja

24 de junho de 2013

6 de março de 2013

MANIFESTO POR UMA CIDADE LIVRE


 A Câmara Municipal de São José dos Campos está prestes a votar uma lei autorizando/regulamentando o acesso das igrejas às praças públicas do município para a realização de “cultos públicos”. O Projeto de Lei é do vereador Shakespeare, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus.
Entendemos que o MOVIMENTO CULTURAL e os MOVIMENTOS SOCIAIS também devem ter direito à livre expressão em espaços públicos e por isso reivindicamos que o referido projeto sofra alterações de modo a garantir:

1) a plena regulamentação da utilização de todos os espaços públicos da cidade;
2) que artistas e grupos artísticos e culturais de todas as tendências e naturezas possam exercitar plenamente o direito à expressão nos espaços públicos, garantindo-se que a população tenha livre acesso a estas apresentações;
3) que os mesmos direitos sejam garantidos também aos movimentos sociais em suas diferentes configurações (sindicatos, SABs etc).

- Se você concorda: divulgue, compartilhe, encaminhe ao seu vereador.

   A voz da cidade é a voz de cada um de nós!
 

22 de julho de 2012

Sarau Libertário "6 meses sem Pinheirinho"


LIBERTÁRIOS, vamos para as ruas
Sem bandeiras: não estamos sós!
E que sejam as palavras nuas
Tradução disso que existe em nós:
Ato e Arte pra denunciar,
Verso e Música pra questionar
com a força dessa nossa voz.
P.R.Barja

Textos de Mayara e Paulo...

...músicas de Adoniran e Zé Geraldo...


... e a indignação de TODOS NÓS

Que nossos versos e vozes ajudem na reconstrução...

... de uma cidade realmente de todos - sem exceção.
"É preciso estar atento e forte!"

19 de junho de 2012

Poesia-notícia


(poema de abertura do Cordel da Cidadania, preparado no período jun/2011 - jun/2012)


Faço poesia-notícia
sobre as coisas da cidade
pra discutir as questões
da nossa sociedade,
pois todo artista engajado
tem que estar sintonizado
com sua comunidade.

Como o galo do poema
que tece a própria manhã,
a partir da nossa história
surge um novelo de lã
que se desdobra em poesia,
falando do dia-a-dia
para a luta não ser vã.

Não é poesia romântica,
mas alimenta a milícia
sem insulto nem ofensa,
sem ter papel de polícia;
sem partido, mas política,
nascida de visão crítica
é a poesia-notícia.
P.R.Barja

29 de fevereiro de 2012

Manifesto - Pinheirinho

Segue abaixo a cópia do Manifesto em Defesa da Comunidade do Pinheirinho, documento apartidário preparado por uma comissão de artistas joseenses. O Manifesto foi lido por Cesar Pope no Ato Nacional Pró-Pinheirinho, em 2/fev/2012, e está circulando desde então. Está sendo publicado aqui para que mais pessoas tenham contato com o texto e, desde já, sintam-se livres para aproveitar este texto na realização de ações semelhantes. Abraços solidários,
P. Barja


 

18 de outubro de 2011

18 de agosto de 2011

CARTA ABERTA - Sobre LIF e Fundo Municipal

(enviado em 19/08/2011 a membros do Conselho Deliberativo da FCCR)

Prezados conselheiros/secretaria/colegas artistas,

   Como cidadão e artista, defendo a proposta apresentada por Jacqueline Baumgratz, suplente do Conselho Deliberavo da Fundação Cultural Cassiano Ricardo: mais urgente que discutir detalhes da LIF é criar imediatamente o Fundo Municipal para Arte e Cultura (FMAC).
   Propomos, artistas e cidadão, e há anos, a criação do FMAC, por ser o mecanismo mais adequado para o incentivo à Cultura em nosso município (como em tantos outros que já utilizam com sucesso este mecanismo). Porque o FMAC permite a expressão livre, independente de qualquer exigência ou limitação eventualmente imposta pela iniciativa privada.
   É importante deixar claro que não defendo aqui "o benefício da classe artística". A reivindicação pelo FMAC é amplamente respaldada pelo povo de nossa cidade - apoio registrado inclusive através de abaixo-assinado. E a voz do povo não pode ser ignorada.
   Imagino que a comissão reunida para discutir a LIF esteja imbuída do melhor espírito de cidadania, de incentivo (não apenas "fiscal") à cultura. Assim, proponho que esta comissão, os conselheiros e a presidência da Fundação Cultural encampem e apoiem a criação do Fundo Municipal.
   Aqueles que ainda desejam saber um pouco mais sobre a diferença entre LIF e FMAC podem consultar o link:
 
http://culturaemmovimento-sjcampos.blogspot.com/2010/12/cordel-cultura-pra-todo-mundo-de-paulo.html
(esperamos que a redação esteja clara; as 800 pessoas que receberam cópia impressa na Praça Afonso Pena em dezembro passado entenderam o recado)
   Mais importante (e talvez até mais esclarecedor) é consultar as centenas de cidades de todo o Brasil que adotaram o modelo de Fundo Municipal para Arte e Cultura.
   Cidades administradas sob diferentes bandeiras partidárias/políticas.
   A verdade é as experiências verificadas nestes municípios provam que o modelo "LIF" não tem sido nem remotamente tão eficaz quanto o modelo "Fundo Municipal" no incentivo à Cultura.
   Nossa cidade não pode (mais) perder tempo: avancemos rumo ao nosso tempo. É mais que hora de São José dos Campos ter um Fundo Municipal para Arte e Cultura.
   Atenciosamente,
   Paulo Barja, cidadão joseense.

3 de julho de 2011

O artista cidadão


     Sobre (des)organização e (falta de) apoio a cultura, quero dar um toque: acho que a coisa não é pessoal, não tem a ver com o tipo de trabalho nem com a cidade - infelizmente já tô quase achando que talvez não se resolva nem com o voto, apenas (claro que o voto ajuda, e muito). Perdão dizer isso, não quero parecer pessimista, mas escutem isso: 
1) numa cidade de administração progressista próxima da gente, nos últimos 2 meses, 2 grupos de amigos nossos tiveram apresentações canceladas aparentemente por confusão de agenda (parece que marcaram mais de uma coisa no mesmo dia e local).
2) recebi recentemente contato de artistas se queixando do pouco espaço dado pela prefeitura - de uma capital do Nordeste! - às artes populares.
     Diante disso, o que fazer? Legal a gente trocar ideias. Parece que é hora realmente de tentar unir experiências e forças, mas não necessariamente buscando confronto.
     O essencial: NÃO precisamos ser reféns de nada, entendem? Esse ponto está no ar desde um debate ocorrido aqui e SJC ano passado e acho que talvez inda valha (muito) a pena falar sobre.
     Artista é cidadão. A falta de respeito fundamental(ista) que nos assola hoje em dia nem é contra o artista: é contra o nordestino, o gay, o negro... e por aí afora. Então, o artista se insere dentro desse cordão de cidadãos comuns que busca respeito e justiça e que tem professores, comerciantes, faxineiras, feirantes, médicos, operários, jornaleiros etc etc.
     Junto a gente fica forte: ninguém pode colocar uma classe ou etnia ou cidade ou estado ou país como refém.
     Vamos trabalhar? Juntos?
   "Pero sin perder la ternura jamás!", como disse
Che (e continua dizendo, através da voz de muitos).