24 de março de 2013

QUANDO O CUME DÁ POESIA

(Homenagem a Laurindo Rabelo, patrono da Academia Brasileira de Letras e autor do célebre poema "As Rosas no Cume")


Eis que o poeta Laurindo
(do qual me sinto aprendiz)
procurando um novo tema
no cume encontra feliz
Fica tão impressionado
(e poeta não se inibe)
que não quer saber mais nada:
versejando o cume exibe
Depois de pronto o poema,
para não fazer desfeita,
o poeta então descansa:
sobre o próprio cume deita.
Uma amante da poesia
(minha amiga, minha nega)
antes de morrer o dia
pertinho do cume chega
Sussurra-me ao pé do ouvido
revelando-se a mulher:
a voz de veludo soa
dizendo que o cume quer!
"É claro!", digo animado
(a roupa dela já cai)
mas quando estou levantado
formiga no cume vai!
Faço uma grande fogueira
para a formiga que teima:
quando a batalha termina
formiga no cume queima!
Mantenho a postura firme
sem jamais dizer um ai
mas a verdade é bem triste:
fumaça do cume sai...!
Tem gente que até se assusta
com o que o poeta canta...
Concluo, sem desatino:
poesia no cume espanta!
(P.R.Barja)

2 comentários:

  1. Esse poeta é mesmo dos bons... rindo pra me acabar... esta formiga de seu texto, ai, ai...
    Um abraço generoso,
    Bet

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  2. Não é de admirar que o doutor seja especialista em cordéis...pegou a deixa de Laurindo e botou fogo no cume...kkk
    Sensacional!

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