A caminho de completar 50 anos, vejo-me no elevador do prédio com duas crianças (de seus 7 e 9 anos, acho), filhas de amigos queridos. Iam encontrar a família no térreo para passear. Ficamos conversando (naqueles breves segundos leves e felizes) e arrisco a brincadeira:
- Acho que vou fugir do prédio e passear com vocês, nem vou avisar ninguém!
A mais nova me repreende, rindo:
– Você não pode fazer isso, sabe por que? Só adultos fazem isso!
Surpresa. Pergunto então:
- Mas eu sou adulto ou criança?
- Você é criança, ué!
O mais incrível é a absoluta segurança com que ela fala isso, achando engraçado eu mesmo não perceber que, afinal, sou criança.
Antes de sair, ainda comento:
- Ah, eu já to quase careca...!
A pequena acha graça de novo – e responde na lata:
- Isso é porque você é MENINO!
Ganhei o dia, a semana com essa aula: definitivamente, elas são mais atentas – e sabem mais do que a gente.
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