10 de novembro de 2011

Era uma vez...

... um governo principesco que se prolongava por mais de uma década, numa próspera cidade do Vale Encantado que, no entanto, tinha muitos problemas a resolver. Mas o governo achava melhor NÃO fazer nada, pois percebia que, com o apoio dos arautos da comunicação, continuava ganhando as eleições assim mesmo.
   O tempo passava (com aquela lerdeza típica dos contos de fada antes do surgimento do elemento de conflito)... 
   Um dia, a bela (cidade) adormecida começou a acordar... primeiro acordaram as partes mais novas, aquelas que ainda estavam em formação e, por isso mesmo, não tinham como estar acomodadas; aos poucos, os demais começaram a se espreguiçar...
   À medida que a bela adormecida acordava, o governo principesco começava a sentir uma coceirinha... e começou a aparecer também uma vermelhidão preocupante, em vários locais. Por fim, o governo principesco resolveu consultar o Grande Médico Estadual. Este destacou um Especialista em Medicina (E.M.), Manuel, pra voltar à região e acabar com a tal coceira. Ele foi...
   Após alguns exames preliminares, perceberam que era hora de agir. Mas como? Perceberam então que seria estratégico garantir os privilégios dos nobres da cidade, que assim se uniriam para perpetuar o governo principesco.
   Começaram então uma batalha para tomar as terras onde moravam vários camponeses, há muitos anos. A ideia era: expulsemos os pobres para longe, onde o barulho deles não nos atinja...

-  e aí, como continua esta história?  -

3 comentários:

  1. Paulo

    A história pode continuar assim:

    A sociedade civil se organiza juntamente com as partes mais novas, os líderes religiosos, artesãos, fazedores e apreciadores de cultura e arte em geral, os agentes de limpeza, os que ambicionam o novo e os que fazem das duas mãos um arado para replantar ESTRELAS. Assim desestabilizaremos a permanência do Especialista Médico convidado para perpetuar o esquema de vantagens.
    Legitimaremos uma outra esfera, mesmo que tenhamos de pagar com o suor de nossas palavras e acenos de repúdio o resgate da dignidade, justiça social e cidadania.
    Desencantaremos a cidade do Vale Adormecida e nos livraremos destes sonegadores de esperanças que constroem somente para si e, para os seus um céu de múltiplas riquezas.

    Conte comigo viu?

    Braço aberto pro abraço mas, também pra luta.

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  2. Maravilha, Zenilda! Segue outra continuação, seguindo de perto seu (nosso) espírito combativo:

    "Mas o governo principesco não costumava dar muita atenção à cultura. Por isso mesmo, esqueceu-se de que havia, entre os moradores da próspera cidade, vários escritores, bem como outros cidadãos pensantes... e esses tinham o hábito (que para o governo principesco era questionável) de querer se manifestar sobre mandos e desmandos...

    e assim fizeram, e continuaram fazendo, remando contra o desmatamento das ideias. Por fim, não tardou muito e a cidade, que já andava "pelas tabelas", percebeu: "o rei velho e cansado já morria, perdido em seu reinado..."

    "E o mundo compreendeu, e o dia amanheceu em paz..."

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  3. minha continuação é:

    Mesmo com o barulho dos vários pobres camponeses, que foram expulsos de suas casas e tiveram toda sua história destruída, ficando tão longe dos ouvidos midiáticos, o governo principesco não esperava que sua incapacidade fosse descoberta. Percebendo que a planejadora do principado não dava "uma dentro", resolveu criar a falsa impressão de que finalmente terceirizando e privatizando o planejamento, as coisas andariam melhor, mas novamnete não contavam com a incapacidade dos "amigos". Iniciada por artistas e vários cidadãos pensantes, a "revolução dos comuns" ganhou força com o ímpeto dos mais jovens, e vêm, semana a semana, abalando as estruturas da corruptela instalada nesse período de marasmo. Com isso, o tal governo principesco resolveu investir parte de sua riqueza na instalação da primeira usina termelétrica da cidade, em meio a isso os conselheiros do reino aumentaram o salário dos executores, mas quando tentaram aumentar seus salários, foram rechaçados pela população.

    (...)

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