Poetas falam muito de infinito.
Do amor que sentem, dizem: “perco a conta”.
Não fazem cálculos, só rimas tontas
e vários versos, mas nenhum bonito.
Do amor que sentem, dizem: “perco a conta”.
Não fazem cálculos, só rimas tontas
e vários versos, mas nenhum bonito.
Poetas mentem. Nenhum é sincero.
“Beijo 1000 vezes...” É, quem conta um conto...
só foram três ou quatro beijos, ponto!
Muito exagero, noves fora, zero.
“Beijo 1000 vezes...” É, quem conta um conto...
só foram três ou quatro beijos, ponto!
Muito exagero, noves fora, zero.
São quatro-olhos vendo as três-marias.
Pintam o sete. Dizem ler poesia,
mas mal disfarçam sua miopia.
Pintam o sete. Dizem ler poesia,
mas mal disfarçam sua miopia.
Agora escutem, escrevam depois:
não exagerem ! Num verso de amor,
se “1000” é muito, ainda é menos que “2”.
não exagerem ! Num verso de amor,
se “1000” é muito, ainda é menos que “2”.
(Paulo Barja, 2001)