9 de setembro de 2011

Diário de um Processo (12) - Teatro-cordel

(...)

  FILMES - A pesquisa sobre filmes ligados ao nosso universo de interesse para este trabalho permitiu encontrar muitos filmes interessantes - a ideia é ver (e/ou rever) aos poucos.
  O primeiro filme a circular no grupo foi O Céu de Suely (de Karim Ainouz). Achei que era importante "abrir a série" com um filme recente, pra estimular cada um de nós a construir a ponte entre a primeira metade do século XX e os dias atuais.
  Embora tenhamos feito uma lista de muitos filmes interessantes para assistir, dá para destacar, até o momento, dois trabalhos em particular:
- Cabra Marcado para Morrer (de Eduardo Coutinho; a história de como o filme levou mais de 20 anos pra ficar pronto é tão importante quanto o filme em si)
- Morte e Vida Severina (aí tem tudo: o texto do João Cabral, a realidade visual e a verdade do José Dumont)


  TEATRO-JORNAL - Em agosto, começamos a nos aproximar mais claramente da idéia de Teatro-jornal: passei a comprar regularmente um jornal local pra gente discutir as notícias. A ideia é inserir, na parte inicial da performance teatral A Seca da Alma, a apresentação (após análise crítica) de notícias recentes que consideremos relevantes para reflexão. E foi nesse estágio que pintaram mais duas apresentações:
1) na abertura da programação do Teatro em Processo, proposto por Wangy Alves para ocorrer a cada última quinta-feira do mês, no Centro de Estudos Teatrais (CET) do Parque da Cidade;
2) na programação da Semana da Psicologia, realizada na UNIP.

  Na apresentação do CET, abrimos com a notícia da possível entrega do Cine-Teatro Benedito Alves à iniciativa privada (ver mais material sobre isso aqui no blog). O grupo parecia intimidado, talvez pela presença de professores de teatro. Mas o debate foi produtivo. Mais uma vez recebemos a sugestão de valorizar a parte musical, que cativa o público. Ok!
  No dia seguinte, na UNIP, a apresentação foi muito melhor (e para público bem maior, também). Como sempre, numa análise crítica do vídeo, dias depois, identificamos muitos pontos a melhorar. De todo modo... dois fatores contribuíram para a evolução da apresentação, creio:

1) voltamos a abrir A Seca da Alma com música;
2) a notícia escolhida para apresentação crítica foi a do aumento (de quase 60%) dos vereadores joseenses; acabou "nascendo" na hora um discurso de indignação que culminou com a leitura dos nomes dos vereadores que perpetraram a aprovação do aumento.

Trecho final de "A Seca da Alma", na versão de 26/08/11


  Dias depois, postamos no YouTube os primeiros vídeos da performance (abertura e final dessa apresentação na UNIP), pelos quais recebemos uma mensagem animadora de Valdecy Alves: 

  "O pior do Poder Legislativo é que legisla mal, nada fiscaliza... HÁ UMA CERTA PROSTITUIÇÃO POLÍTICA PRATICADA PELA MAIORIA DOS MEMBROS DO PARLAMENTO A NÍVEL MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL...
   Caldeirão foi uma alternativa de pessoas sofridas terem supridos os direitos fundamentais negados pelo Estado... uma busca da solução através da fé... comunismo antigo... mas destruíram Caldeirão... NADA FAZEM! NEM DEIXAM FAZER!
   É preciso aprender com a história... vocês estão ensinando a compreender a história... para compreender-se! Para alterar destinos! E com a arte!
   Parabéns a todos os envolvidos no projeto.
   Porque a arte fala ao sentimento... o sentimento humaniza a razão...
   Com a indignação nascida, é possível reescrever a história das novas gerações... pois repetir erros históricos faz de um povo inteiro imbecil e de uma nação inteira um bando de idiotas incapazes de viver da forma menos pior possível.
   A PIOR SECA É A DE HOMENS DE VERDADE E DE HUMANISMO!"
- Valdecy Alves
(continua)

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